São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 2005

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Estado cogitou destruir prédio histórico nos anos 70

DA REDAÇÃO

Entre as alternativas estudadas pelo governo paulista nos anos 70 para a construção da estação República do Metrô estava a de demolir o edifício do colégio Caetano de Campos -projetado em 1894 pelo arquiteto Ramos de Azevedo e onde hoje funciona a Secretaria Estadual da Educação.
Optou-se pela construção paralela ao prédio, sem prejudicar as estruturas. O projeto da estação, do arquiteto Eduardo Hotz, contemplava as plataformas para a linha 4, na época Sudeste-Sudoeste, sob a avenida Ipiranga. Por ser uma estação de integração, seriam três -uma central e duas laterais- para facilitar embarque e desembarque. Agora, o projeto do Consórcio Via Amarela prevê apenas duas, com passageiros entrando e saindo pelo mesmo lado.
O plano original também previa mais duas saídas na avenida São Luiz, atualmente descartadas.
Dentre as mudanças do que era previsto nos anos 70, o gerente de engenharia de projetos do Metrô, Ricardo Luiz Leonardo Leite, analisa como a maior evolução o método de construção: sai o "cut and cover" (corte e cubra) e entra o "cover and cut" (cubra e corte). Segundo ele, essa última forma reduz o impacto no tráfego.
"É a inversão do método. Executamos as obras, aterramos e liberamos definitivamente ao tráfego. Isso tudo em 12 meses. E continuamos o desenvolvimento dessa estação sob essa laje."
As interrupções no trânsito para a construção da estação começaram no dia 11 deste mês. A avenida Ipiranga foi parcialmente interditada no trecho que vai da rua 7 de Abril à avenida São Luiz. O desvio, segundo o Metrô, deve durar cerca de oito meses.

Menos atrasos
Os trens da nova linha terão inovações como equipamentos que reduzem atrasos. Isso será possível, segundo a companhia, com a adoção da sinalização móvel -hoje ela é fixa no solo. Com a novidade, uma espécie de sensor avisará o carro da presença de um trem parado na estação.
"Vamos utilizar [nos trens] uma espécie de sanfona. Se pára um trem, o resto segue andando dentro do limite. Com isso, eu consigo melhorar toda a performance, se alguém segura a porta e pára a composição", diz Leite.
A previsão é que as seis estações da primeira fase sejam inauguradas em 2008. A segunda fase, com mais cinco estações, sai até 2010.
Segundo o Metrô, quatro dessas estações já estarão com as estruturas prontas durante a etapa inicial. (MSS)

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