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Agências são acusadas de subornar famílias para pescar tucunarés
Segundo investigação, ribeirinhos do norte do AM recebiam até R$ 295 por ano para impedir pesca de clientes da concorrência
Justiça Federal suspendeu pesca esportiva em três reservas; empresário dos EUA diz que dinheiro
era uma compensação
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
A temporada de pesca esportiva e comercial, que começou
neste mês nos rios do norte do
Amazonas, foi suspensa pela
Justiça Federal em três unidades de conservação nas cidades
de Barcelos e Novo Airão (AM).
Investigação do Ministério
Público Federal apontou que
ribeirinhos da região do rio
Unini recebiam dinheiro de
empresários norte-americanos
e brasileiros para que não pescassem tucunarés.
Em troca, os tucunarés deveriam ser pescados apenas por
pescadores esportivos, sobretudo estrangeiros, atraídos pelas acrobacias aéreas que o peixe faz ao ser fisgado.
Segundo a Procuradoria, os
empresários pagavam "taxas de
manutenção" aos ribeirinhos
para impedir a entrada de outros operadores do setor da
pesca esportiva no rio Unini.
Cada uma das 186 famílias
das reservas extrativistas do rio
Unini e sustentável do Amanã e
Parque Nacional do Jaú recebia
de R$ 145 a R$ 295 por ano.
Em decisão liminar (provisória), a juíza Jaiza Fraxe citou
danos ambientais e aos ribeirinhos por causa da pesca esportiva. Determinou que a empresa Amazon Fishing Adventures, de Donald Cutter, dos EUA,
e sete operadores paguem multa de R$ 5.000 se voltarem às
unidades e R$ 5.000 por turista
encontrado nas áreas.
Os empresários do setor ainda não recorreram da decisão.
Por meio de sua assessoria jurídica, o empresário Donald Cutter afirmou que o dinheiro repassado era uma compensação
e que também apoiava escolas
das comunidades.
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