São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 2008

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Agências são acusadas de subornar famílias para pescar tucunarés

Segundo investigação, ribeirinhos do norte do AM recebiam até R$ 295 por ano para impedir pesca de clientes da concorrência

Justiça Federal suspendeu pesca esportiva em três reservas; empresário dos EUA diz que dinheiro era uma compensação

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

A temporada de pesca esportiva e comercial, que começou neste mês nos rios do norte do Amazonas, foi suspensa pela Justiça Federal em três unidades de conservação nas cidades de Barcelos e Novo Airão (AM).
Investigação do Ministério Público Federal apontou que ribeirinhos da região do rio Unini recebiam dinheiro de empresários norte-americanos e brasileiros para que não pescassem tucunarés.
Em troca, os tucunarés deveriam ser pescados apenas por pescadores esportivos, sobretudo estrangeiros, atraídos pelas acrobacias aéreas que o peixe faz ao ser fisgado.
Segundo a Procuradoria, os empresários pagavam "taxas de manutenção" aos ribeirinhos para impedir a entrada de outros operadores do setor da pesca esportiva no rio Unini.
Cada uma das 186 famílias das reservas extrativistas do rio Unini e sustentável do Amanã e Parque Nacional do Jaú recebia de R$ 145 a R$ 295 por ano.
Em decisão liminar (provisória), a juíza Jaiza Fraxe citou danos ambientais e aos ribeirinhos por causa da pesca esportiva. Determinou que a empresa Amazon Fishing Adventures, de Donald Cutter, dos EUA, e sete operadores paguem multa de R$ 5.000 se voltarem às unidades e R$ 5.000 por turista encontrado nas áreas.
Os empresários do setor ainda não recorreram da decisão. Por meio de sua assessoria jurídica, o empresário Donald Cutter afirmou que o dinheiro repassado era uma compensação e que também apoiava escolas das comunidades.


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