São Paulo, sábado, 26 de setembro de 2009

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PM mata ladrão que mantinha mulher refém

Assaltante ameaçava explodir uma granada; disparo foi feito por atirador de elite da polícia do Rio, a 40 metros de distância

Criminoso havia invadido uma farmácia e feito a dona refém; polícia diz que tentou convencê-lo a se render, mas teve de "neutralizá-lo"

Claudio César/Agência O Dia
Policiais tentam negociar com assaltante libertação de refém ontem, na zona norte do Rio; bandido foi morto por atirador de elite

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Um homem foi morto no meio da rua ontem por um atirador de elite da Polícia Militar do Rio enquanto mantinha uma mulher refém em Vila Isabel (zona norte do Rio). Ele a ameaçava com uma granada.
Após uma negociação de cerca de uma hora, ele foi alvejado com um tiro de fuzil na cabeça; a refém escapou ilesa. O tiro foi disparado a 40 metros de distância, no momento em que refém se abaixou.
A morte do assaltante foi aplaudida por pessoas que assistiram à distância a ação. Ele foi identificado como Sérgio Ferreira Pinto Junior, 24, com duas passagens pela polícia. A primeira, em 2005, sob acusação de porte ilegal de arma. Em 2008, foi preso sob acusação de furto, estelionato e desacato à autoridade. A polícia ainda apura como ele saiu da cadeia.
O rapaz fez a refém ao invadir uma farmácia, pela manhã. Ana Cristina Garrido, 48, é dona do estabelecimento. Àquela altura, Sérgio fugia dos policiais por outro crime: segundo a PM, participou de um assalto a uma Kombi dos Correios com mais três ladrões, que fugiram.
Ele foi cercado ao saltar da Kombi e tentou se esconder em um telefone público. Em seguida, ameaçou os agentes com uma granada e foi baleado no abdome, diz a PM. Mesmo assim, entrou na farmácia.

Rua fechada
Com o crime, a polícia fechou a rua -transversal à principal via de Vila Isabel, bairro de classe média. Após alguns minutos na farmácia, os dois saíram para a rua a pedido da PM.
Cerca de 50 homens participaram da ação. O atirador de elite que o matou estava no terceiro andar de um prédio em frente à farmácia.
Ameaçada com uma granada, Garrido quase desmaiou algumas vezes. Ela se abaixava e tentava se apoiar para não cair: "Ele ameaçou a toda hora explodir tudo. Passei mal, vomitei, quase desmaiei. Dizia que, se eu desmaiasse, ia me matar. Falava que eu era a única coisa que podia tirá-lo vivo dali".
Durante a negociação, o assaltante conversou diversas vezes pelo celular. De acordo com o comandante do 6º Batalhão da PM, tenente-coronel Fernando Príncipe, comparsas diziam que iam resgatá-lo.

Bomba, cigarro e celular
Segundo Príncipe, o homem tirou o pino da granada duas vezes, o que poderia causar a detonação em eventual contato com o chão. Na mesma mão em que segurava a bomba, ele mantinha um cigarro e um celular.
Príncipe afirmou que o assaltante disse que já havia sido preso e não queria voltar à prisão. O policial diz que tentou dissuadi-lo. Mas, com as ameaças, decidiu "neutralizá-lo" -uma "alternativa tática", diz.
"O objetivo era sair com ele preso. Isso foi dito a ele mais de uma vez. Mas ele começou a demonstrar cada vez mais agressividade. Na segunda vez que ele ameaçou tirar o pino e dizia que lançaria a granada nos policiais, todos seriam atingidos."
Segundo o comandante, ele fez um sinal ao atirador, autorizando o disparo, aproveitando o momento em que Garrido abaixou-se, aparentemente passando mal.
Atingido na cabeça, Sérgio foi levado numa ambulância ao hospital, onde morreu.


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