São Paulo, quinta-feira, 26 de outubro de 2000

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POLÍCIA
Ouvidoria vai investigar se houve abuso em operação
PMs de Minas matam suspeito de ter assassinado um sargento

RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Pouco mais de 18 horas depois de o sargento da PM Reginaldo José da Cruz, 35, ter sido assassinado, policiais militares mataram a tiros, na noite de anteontem, Pierre Pinheiro Pereira, 29, principal suspeito do crime.
As mortes ocorreram em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte. Vizinhos e parentes dizem que os policiais, muitos deles sem farda, invadiram casas, reviraram móveis e assassinaram Pereira, que não teria esboçado defesa.
A PM afirma que o suspeito sacou uma pistola quando recebeu voz de prisão. Em relação às fardas, a polícia diz que alguns policiais pertencem ao serviço secreto, que dispensa uso de farda.
A morte do sargento ocorreu no início da madrugada de anteontem, quando Cruz estava com outros dois policiais investigando o roubo de um carro.
Quando localizaram o veículo, chegaram a prender um suspeito, mas foram recebidos a tiros por outras pessoas, que teriam saído de uma favela próxima ao local. O sargento foi alvejado no peito.
A Ouvidoria de Polícia de Minas Gerais informou que vai investigar o caso para saber se houve abuso por parte dos policiais. O governador Itamar Franco (sem partido) se reuniu na tarde de ontem com as cúpulas das Polícias Civil e Militar.
Além do caso do sargento, seria discutido na reunião o aumento da violência na cidade, principalmente contra mulheres e policiais. Anteontem, o perito da Polícia Civil Sebastião Hércio da Silva, 48, foi assassinado durante um assalto a um bar, na região leste.



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