|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EDUCAÇÃO
Relatório da organização aponta alternativas
Brasil deve investir mais em curso noturno, recomenda Banco Mundial
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil precisa investir em escolas de ensino médio que funcionem à noite para melhorar a qualidade da educação e permitir que
mais estudantes completem o ensino básico, principalmente os de
famílias de baixa renda.
A avaliação foi feita pelo especialista sênior em educação do
Banco Mundial, Alberto Rodríguez, e pelo economista Carlos
Herrán, responsável pela divisão
de programas sociais do BID
(Banco Interamericano de Desenvolvimento).
A proposta está no livro "Educação Secundária no Brasil: Chegou a Hora".
De acordo com os especialistas,
não há possibilidade de o país diminuir o número de estudantes
que estão hoje no ensino noturno
a curto prazo. Atualmente, a
maior parte dos alunos do ensino
médio estuda à noite.
De acordo com o Censo Escolar
de 1999, 54% dos 7,7 milhões de
estudantes do ensino médio estão
no período noturno. O relatório
do BID mostra ainda que, desse
total, 57% trabalham ou procuram emprego, enquanto apenas
23% dos que estudam durante o
dia estão na mesma situação.
A conclusão do estudo é que a
melhor saída, se o governo brasileiro quiser melhorar a qualidade
do ensino médio, é investir em escolas noturnas.
Para isso, deve levar em conta
que os alunos de um curso noturno têm um perfil diferente de
quem estuda durante o dia e, por
isso, precisa dar um tratamento
diferente.
Segundo o relatório, a escola à
noite costuma ser "o último recurso antes de o aluno desistir definitivamente". Principalmente
porque são alunos que, normalmente, já estão atrasados em relação à série em que deveriam estar.
A maioria dos estudantes do ensino médio -4,3 milhões- tem
18 anos ou mais, idade em que já
deveriam ter concluído o ensino
básico.
"O principal desafio para o aumento da cobertura da educação
secundária no Brasil é, claramente, a redução das repetições e a
correção do fluxo de estudantes",
diz o estudo.
Para que isso aconteça, os especialistas apontam algumas alternativas. Entre elas estão o projeto
de classes de aceleração e as escolas nas férias, que permitem uma
aprendizagem concentrada.
Outra possibilidade citada é o
sistema de créditos, como os usados nas universidades.
Os estudantes que fossem reprovados em uma disciplina não
precisariam repetir todo o ano,
mas apenas aquela em que não foi
aprovado. Com isso, o sistema
poderia diminuir a repetência e o
risco de evasão.
Texto Anterior: Antropólogo defende no Rio tese de "globalização alimentar" Próximo Texto: Programa: Dentistas farão parte das equipes do projeto de saúde da família Índice
|