São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2000

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Bronzeamento artificial é alvo de divergências

DA REPORTAGEM LOCAL

O bronzeamento artificial, feito em câmaras de radiação ultravioleta, coloca dermatologistas e empresários do setor em pé de guerra.
A maioria dos médicos considera a atividade um crime contra a pele, enquanto quem trabalha na área defende que as câmaras não são em nada diferentes do sol e têm efeitos terapêuticos.
A radiação emitida no bronzeamento artificial é do tipo UVA. "O problema é que a concentração é até quatro vezes maior que a normal", diz a dermatologista Ediléia Bagatin.
Segundo o oncologista Rogério Izar Neves, embora a radiação UVA não provoque danos num primeiro momento, sua acumulação está associada ao desenvolvimento de melanomas. A maior incidência desse tipo de tumor da pele é entre jovens adultos, de 20 a 40 anos.
Para alguns, entretanto, a rejeição ao bronzeamento é fruto da desinformação. Essa é a opinião do dermatologista Roberto Cressoni, coordenador do Grupo Médico de Estudos de Fotoaplicação e Fototerapia.
Ele nega que a radiação nas câmaras de bronzeamento artificial seja concentrada. Diz ainda que receita sessões para pacientes de vitiligo e as indica para quem tem osteoporose. Segundo ele, não se deve ultrapassar o limite de três sessões semanais.
Para a Associação Brasileira de Bronzeamento, a bandeira branca na discussão chama-se NBR IEC 335-2-27, a norma aprovada no dia 9 pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que estabelece procedimentos de segurança para o bronzeamento artificial.
O presidente Cleverson Riggo diz que a intenção é vistoriar salões de bronzeamento e conferir um selo de qualidade aos que apresentarem condições de cumprir a norma. Será instalado ainda um disque-denúncia.
Entre as exigências estão o treinamento do profissional dos salões, que não poderá recomendar o bronzeamento a pessoas do grupo de risco. Há também o limite de 60 sessões anuais, com um intervalo de 48 horas entre as duas primeiras.
"O próximo passo é regulamentar a norma", diz Riggo, que considera a atual rejeição médica "compreensível". (MV)


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