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Bronzeamento artificial é alvo de divergências
DA REPORTAGEM LOCAL
O bronzeamento artificial,
feito em câmaras de radiação ultravioleta, coloca dermatologistas e empresários
do setor em pé de guerra.
A maioria dos médicos
considera a atividade um
crime contra a pele, enquanto quem trabalha na área defende que as câmaras não
são em nada diferentes do
sol e têm efeitos terapêuticos.
A radiação emitida no
bronzeamento artificial é do
tipo UVA. "O problema é
que a concentração é até
quatro vezes maior que a
normal", diz a dermatologista Ediléia Bagatin.
Segundo o oncologista Rogério Izar Neves, embora a
radiação UVA não provoque danos num primeiro
momento, sua acumulação
está associada ao desenvolvimento de melanomas. A
maior incidência desse tipo
de tumor da pele é entre jovens adultos, de 20 a 40 anos.
Para alguns, entretanto, a
rejeição ao bronzeamento é
fruto da desinformação. Essa é a opinião do dermatologista Roberto Cressoni,
coordenador do Grupo Médico de Estudos de Fotoaplicação e Fototerapia.
Ele nega que a radiação nas
câmaras de bronzeamento
artificial seja concentrada.
Diz ainda que receita sessões
para pacientes de vitiligo e as
indica para quem tem osteoporose. Segundo ele, não se
deve ultrapassar o limite de
três sessões semanais.
Para a Associação Brasileira de Bronzeamento, a bandeira branca na discussão
chama-se NBR IEC 335-2-27, a norma aprovada no dia
9 pela ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas), que estabelece procedimentos de segurança para o
bronzeamento artificial.
O presidente Cleverson
Riggo diz que a intenção é
vistoriar salões de bronzeamento e conferir um selo de
qualidade aos que apresentarem condições de cumprir
a norma. Será instalado ainda um disque-denúncia.
Entre as exigências estão o
treinamento do profissional
dos salões, que não poderá
recomendar o bronzeamento a pessoas do grupo de risco. Há também o limite de
60 sessões anuais, com um
intervalo de 48 horas entre
as duas primeiras.
"O próximo passo é regulamentar a norma", diz Riggo, que considera a atual rejeição médica "compreensível".
(MV)
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