São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2000

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Câncer de pele aumenta 5% a cada ano

DA REPORTAGEM LOCAL

O câncer de pele é o tipo mais comum da doença. Em todo o mundo, os casos aumentam 5% ao ano, segundo o oncologista Rogério Izar Neves.
Por outro lado, é o único sobre o qual existem mais informações a respeito de causas e fatores de risco, o que o torna "perfeitamente evitável", afirma o dermatologista Marcus Maia, coordenador do Programa Nacional de Controle do Câncer da Pele, da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Existem três tipos principais de tumor da pele: o carcinoma basocelular (80% dos casos), o carcinoma espinocelular (de 12% a 13% do total) e o melanoma (de 7% a 8%) -que, apesar de mais raro, é o mais letal.
Ele atinge os melanócitos (células produtoras da melanina, que dá cor à pele) e, dependendo de quanto se aprofunda, pode chegar à corrente linfática ou sanguínea, afetando outros órgãos. Já os carcinomas basocelular e espinocelular não causam metástase e são removidos cirurgicamente.
Embora o número de casos seja alto, a mortalidade em decorrência de câncer de pele é pequena, dizem os especialistas. Isso porque, quando diagnosticado em sua fase inicial, mesmo o melanoma tem alto índice de cura.
Um auto-exame a cada três meses pode ajudar a identificar sintomas da doença: elevações avermelhadas, pequenas feridas que não cicatrizam -mais comuns na pele do nariz ou abaixo dos olhos- e pintas de diâmetro maior que 8 mm, que aumentam de tamanho, têm contorno irregular e variação de cores.
Com o propósito de prevenir e diagnosticar novos casos, a Sociedade Brasileira de Dermatologia lança depois de amanhã, em São Paulo, a Campanha Anual para Exame da População. No dia 2 de dezembro, 115 postos em todo o país farão os exames de detecção da doença de forma gratuita.
A expectativa é atender até 40 mil pessoas, das quais 8% (3.200) devem ter diagnóstico de suspeita de câncer da pele.
Dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer) indicam que o câncer da pele liderou o ranking de novos casos da doença em 99, com 39.800 ocorrências. Os índices não se aproximam, entretanto, dos casos nos Estados Unidos: cerca de 1,2 milhão por ano.

Genoma
Uma pesquisa iniciada há cerca de três meses no Hospital do Câncer de São Paulo busca desvendar o genoma do melanoma.
O sequenciamento do DNA vai permitir, por exemplo, prever o aparecimento do tumor, identificar drogas mais eficientes contra ele e saber, por meio de exames de sangue, urina ou até de fios de cabelo, se o câncer se desenvolve.
O estudo integra o Projeto Genoma Humano do Câncer, da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e é apresentado, hoje, na Quinta Jornada Brasileira do Câncer da Pele, em João Pessoa (PB). (MV)


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