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VIOLÊNCIA
Gustavo Napolitano, que matou a avó e a empregada, afirmou à polícia que a mãe só não foi morta porque tinha saído
Estudante diz que alvo era toda a família
DA REPORTAGEM LOCAL
O estudante Gustavo de Macedo Pereira Napolitano, 22, entrou
em casa na noite de sábado pensando em matar a família e se suicidar, de acordo com depoimento
dele à polícia. Napolitano realizou
parte do plano, matando a avó,
Vera Kuhm de Macedo Pereira,
73, e a empregada da casa, Cleide
Ferreira da Silva, 20. A mãe do estudante, a comerciante Vera de
Macedo Pereira, 49, só não teria
sido morta por ter dormido fora.
Segundo a polícia, Napolitano é
usuário de cocaína há seis ou sete
anos e esteve em tratamento. Na
madrugada dos crimes, teria consumido grande quantidade de cocaína, segundo o delegado Luiz
Antônio Pinheiro, do Grupo de
Operações Especiais (GOE). Pela
manhã, ainda teria ingerido sete
comprimidos de antidepressivo.
Napolitano teve um rápido encontro com a mãe após ser detido,
no domingo. Segundo o delegado
do 27º DP (Campo Belo), Enjolras
Rello de Araújo, a mãe, abalada,
chorou e "quase não deu atenção
a ele [Napolitano]".
O advogado de Napolitano,
Eduardo Cesar Leite, disse que
conversou rapidamente com o rapaz ontem e que ainda faria uma
avaliação do caso antes de confirmar os argumentos da defesa.
Ainda em crise de abstinência,
Napolitano chorou muito ao ser
apresentado à imprensa ontem.
A noite violenta de Napolitano
começou logo após a meia-noite
de sábado, quando ele saiu de casa, situada no bairro de classe média Planalto Paulista, com aparelhos de televisão e de som para
trocá-los por seis papelotes de cocaína na favela da rua Mauro, no
Jabaquara. De volta à residência,
consumiu a droga, foi à cozinha,
pegou uma faca e matou a avó
com golpes no pescoço e no peito.
A morte da empregada ocorreu
de manhã. O rapaz passou a madrugada em seu quarto até que, às
6h, saiu em busca de mais droga.
Trocou seu Gol por 55 papelotes
de cocaína e consumia a droga
quando ouviu barulho da empregada no andar inferior. Com a
mesma faca que havia matado a
avó, o estudante desceu até a cozinha e matou Cleide pelas costas.
Ele ainda voltou à favela para
tentar trocar o carro da família,
um Vectra, por uma arma. Ninguém aceitou a troca.
Vera, advogada aposentada, foi
enterrada ontem no cemitério do
Morumby (zona sul). O corpo de
Cleide foi transladado para a cidade mineira de Minas Novas.
Napolitano é neto de Murillo de
Macedo Pereira, delegado e estudioso de questões relacionadas ao
uso de drogas à segurança pública. Ele foi citado no "agradecimento muito especial" de um dos
trabalhos do avô por ter digitado
o texto no computador e por seu
trabalho "incansável" contatando
instituições e outros pesquisadores por meio da internet.
Violência
O presidente do Tribunal de
Justiça de São Paulo, Sérgio Augusto Nigro Conceição, anunciou
ontem -Dia Internacional de
Combate à Violência contra a
Mulher- a criação de um "Juizado de Família" no Fórum da Barra
Funda até fevereiro de 2003. O juizado julgará crimes de pequeno
porte cometidos em ambiente doméstico, entre eles a violência
contra a mulher. Para a União de
Mulheres de São Paulo, o juizado
é uma "vitória".
Colaborou a Folha Online
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