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TRANSPORTE
Situação diz que sofreu ameaça de morte; grupo ligado à CUT acusa ex-presidente de ligação com assassinato
Sindicalistas rivais trocam acusações
DA REPORTAGEM LOCAL
Sindicalistas de grupos rivais ligados aos motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo trocaram uma série de acusações em
depoimentos à Polícia Civil e à
Polícia Federal, dias depois de
uma eleição tumultuada na entidade que representa a categoria.
O ex-presidente do sindicato
Edivaldo Santiago, que chegou a
ser preso neste ano sob a acusação
de homicídio e formação de quadrilha, registrou um boletim de
ocorrência na última semana no
3º DP (Santa Ifigênia) dizendo ter
sido ameaçado de morte por um
condutor ligado à CUT (Central
Única dos Trabalhadores).
Ele afirmou que foi procurado
pela mãe de um homem que teria
sido contratado para matá-lo por
R$ 80 mil. Cada morte de outros
sete sindicalistas ligados a ele custaria R$ 20 mil. Santiago disse ter
gravações confirmando as informações -mas não as apresentou.
Ele acusou Odair Henrique da
Silva, conhecido como Zé Prego,
que era da chapa oposicionista
nas eleições, de ter encomendado
as mortes. No pleito, encerrado há
duas semanas, a chapa da situação, apoiada por Santiago, foi a
vencedora, num resultado contestado na Justiça pela CUT.
Zé Prego afirmou que a acusação faz parte de uma estratégia de
Santiago para se fazer de vítima.
"Sou pastor evangélico", disse.
Um grupo de quatro sindicalistas ligados à CUT esteve ontem na
PF fazendo acusações contra Santiago. Uma delas envolve a morte
de um funcionário da viação Bola
Branca, no sábado passado.
O funcionário foi morto a tiros
perto da garagem da empresa, onde ocorria um churrasco para comemorar a vitória da chapa da situação. Nos depoimentos, um deles afirmou que a ordem do crime
partiu de Santiago porque ele teria apoiado a chapa ligada à CUT.
O homem morto, segundo os
depoimentos, chamava-se José
Carlos. A viação Bola Branca e a
Secretaria da Segurança Pública,
porém, dizem que quem morreu
na ocasião foi Carlos Bezerra da
Silva, 22, com seu primo, Gilberto
Firmino Gonçalves.
O diretor do sindicato Raimundo Celestino Gomes, conhecido
por Maguila, nega a versão do
grupo ligado à CUT. Diz que esse
funcionário, embora não tivesse
expressividade sindical, havia votado em sua chapa e participado
do churrasco. Teria morrido vestindo uma camiseta da chapa da
situação. A morte, afirma, ocorreu por motivos particulares.
O grupo que foi ontem à PF
também disse ter sido intimidado
no 3º DP. Um deles disse ter "ouvido falar" que dois policiais da
delegacia seriam "seguranças" de
Santiago. A Secretaria da Segurança Pública informou que os
depoimentos na PF foram acompanhados pela corregedoria, que
investigará as denúncias.
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