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São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 2003

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TRANSPORTE

Situação diz que sofreu ameaça de morte; grupo ligado à CUT acusa ex-presidente de ligação com assassinato

Sindicalistas rivais trocam acusações

DA REPORTAGEM LOCAL

Sindicalistas de grupos rivais ligados aos motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo trocaram uma série de acusações em depoimentos à Polícia Civil e à Polícia Federal, dias depois de uma eleição tumultuada na entidade que representa a categoria.
O ex-presidente do sindicato Edivaldo Santiago, que chegou a ser preso neste ano sob a acusação de homicídio e formação de quadrilha, registrou um boletim de ocorrência na última semana no 3º DP (Santa Ifigênia) dizendo ter sido ameaçado de morte por um condutor ligado à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Ele afirmou que foi procurado pela mãe de um homem que teria sido contratado para matá-lo por R$ 80 mil. Cada morte de outros sete sindicalistas ligados a ele custaria R$ 20 mil. Santiago disse ter gravações confirmando as informações -mas não as apresentou.
Ele acusou Odair Henrique da Silva, conhecido como Zé Prego, que era da chapa oposicionista nas eleições, de ter encomendado as mortes. No pleito, encerrado há duas semanas, a chapa da situação, apoiada por Santiago, foi a vencedora, num resultado contestado na Justiça pela CUT.
Zé Prego afirmou que a acusação faz parte de uma estratégia de Santiago para se fazer de vítima. "Sou pastor evangélico", disse.
Um grupo de quatro sindicalistas ligados à CUT esteve ontem na PF fazendo acusações contra Santiago. Uma delas envolve a morte de um funcionário da viação Bola Branca, no sábado passado.
O funcionário foi morto a tiros perto da garagem da empresa, onde ocorria um churrasco para comemorar a vitória da chapa da situação. Nos depoimentos, um deles afirmou que a ordem do crime partiu de Santiago porque ele teria apoiado a chapa ligada à CUT.
O homem morto, segundo os depoimentos, chamava-se José Carlos. A viação Bola Branca e a Secretaria da Segurança Pública, porém, dizem que quem morreu na ocasião foi Carlos Bezerra da Silva, 22, com seu primo, Gilberto Firmino Gonçalves.
O diretor do sindicato Raimundo Celestino Gomes, conhecido por Maguila, nega a versão do grupo ligado à CUT. Diz que esse funcionário, embora não tivesse expressividade sindical, havia votado em sua chapa e participado do churrasco. Teria morrido vestindo uma camiseta da chapa da situação. A morte, afirma, ocorreu por motivos particulares.
O grupo que foi ontem à PF também disse ter sido intimidado no 3º DP. Um deles disse ter "ouvido falar" que dois policiais da delegacia seriam "seguranças" de Santiago. A Secretaria da Segurança Pública informou que os depoimentos na PF foram acompanhados pela corregedoria, que investigará as denúncias.


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