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Em Brasília, pai de Liana discute maioridade penal
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O advogado Ari Friedenbach
discutiu ontem com parlamentares no Congresso a redução da
maioridade penal, campanha que
abraçou depois de sua filha Liana,
16, e o namorado dela, Felipe Caffé, 19, terem sido assassinados em
São Paulo -segundo a polícia,
um adolescente de 16 anos está
envolvido nos crimes.
O senador Magno Malta (PL-ES) protocolou ontem uma proposta de emenda à Constituição
que reduz a maioridade penal para 13 anos, quando houver crime
hediondo.
Depois de receber a solidariedade de Eduardo Suplicy (PT-SP),
que disse não estar "persuadido"
em relação à tese da redução da
maioridade penal, o advogado interrompeu o senador e perguntou
o que ele acha que deve ser feito
"com um menor que comete um
crime hediondo".
Friedenbach chamou de "paternalista" a resposta de Suplicy, que
defendeu projetos sociais, como a
renda mínima. "Não é cuidar só
do social e deixar o penal de lado.
São duas frentes." O advogado
disse defender um plebiscito, para
que a sociedade seja ouvida.
Para ele, discutir a idade "é balela", porque, argumentou, deve-se
punir qualquer um que cometa
um crime hediondo. "Se é um criminoso de dez anos, ele é um criminoso. Ele matou, cometeu um
homicídio, destruiu uma, duas,
dez famílias. Vamos fazer o quê?
Deixá-lo três anos na Febem e colocá-lo para fora?", perguntou.
Da conversa participaram ainda
Malta e o deputado Luiz Antônio
Fleury Filho (PTB-SP), que, em
1999, encaminhou na Câmara um
projeto para reduzir a maioridade
penal para 16 anos.
Friedenbach acompanhou a entrega do projeto de Malta no plenário do Senado. O texto foi batizado por Malta de "Liana Friedenbach". Ele esteva ainda no gabinete dos presidentes do Senado,
José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP).
Malta disse que sua proposta
pode ser emendada, fixando a
maioridade penal de 16 anos.
Friedenbach tem um encontro
hoje com o ministro da Justiça,
Márcio Thomaz Bastos.
(TALITA FIGUEIREDO)
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