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FORA DA ORDEM
Índice é recorde no Estado de São Paulo, que teve 19.660 candidatos; presidente da entidade se diz "chocado"
Exame da OAB reprova 92% dos inscritos
FERNANDA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
O último exame de ingresso na
advocacia promovido pela OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo registrou o mais
alto índice de reprovação de sua
história. Dos 19.660 bacharéis inscritos, 92% foram reprovados e
não vão poder exercer a profissão.
A média de reprovação era
mantida em torno de 80%. O exame anterior no Estado, promovido no primeiro semestre deste
ano, havia aprovado apenas
13,21% dos inscritos -índice
que, até então, era o recorde.
O exame habilita os bacharéis
em direito a exercer a advocacia.
O presidente da OAB de São
Paulo, Luiz Flávio Borges D'Urso,
disse estar "chocado e absolutamente surpreso" com o resultado,
divulgado ontem.
Para ele, o número de reprovados é "assustador". D'Urso disse
acreditar que grande parte dos
inscritos tenha feito uma preparação insuficiente, mas declarou
não considerar que o alto índice
se deva somente à falta de dedicação do candidato aos estudos.
"O quadro piorou muito. Parte
desses bacharéis não está preparada. Parte deles, por nervosismo,
não conseguiu passar. Mas não
consigo acreditar que todo esse
percentual seja falta de preparo. A
prova não ficou mais difícil."
Uma das razões que vêm sendo
apontadas pela OAB para a baixa
aprovação é a disseminação de
cursos de direito em instituições
sem estrutura pelo país.
Segundo o MEC (Ministério da
Educação), até 2 de janeiro de
2005 ficará suspenso o encaminhamento de novos pedidos de
cursos superiores no país, entre
eles o de direito.
A partir dessa data, os critérios
para a concessão de autorização
para a abertura de cursos, de
acordo com o ministério, ficarão
ainda mais rígidos.
Existem hoje 760 cursos de graduação em direito no país, dos
quais 177 localizados em instituições do Estado de São Paulo.
Exame transferido
A primeira fase do próximo exame de admissão à OAB paulista,
tradicionalmente realizada em
dezembro, foi transferida para o
mês de janeiro de 2005.
Foram os estudantes de direito
da USP (Universidade de São
Paulo) que pediram o adiamento,
pois, por causa da greve de professores ocorrida neste ano, a faculdade não teria tempo hábil para emitir todos os certificados de
conclusão de curso.
No início do mês, a OAB paulista anunciou que treineiros -estudantes que ainda não concluíram o curso- poderão participar
da primeira fase do exame, para
irem se acostumando à prova.
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