São Paulo, quinta, 26 de novembro de 1998

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EDUCAÇÃO
Ministro aponta investimento como fator para desempenho melhor
Região Nordeste melhora mas está abaixo da média

Geyson Magno/Agência Lumiar
Aula na escola Marcelino Champagnat em Tejipió, na Grande Recife (PE), que teve verba do Projeto Nordeste


da Sucursal de Brasília

Os Estados nordestinos melhoraram significativamente seu desempenho de 95 para 97 nas três séries avaliadas pelo MEC. O Nordeste e o Sul foram as únicas regiões do país em que houve melhora nos resultados do Saeb.
Os avanços mais significativos aconteceram na 8ª série do ensino fundamental e, sobretudo, no 3º ano do ensino médio.
Em 95, a média de matemática dos alunos nordestinos de 8ª série foi de 232 pontos. No ano passado, pulou para 240. No mesmo período, a média brasileira caiu de 253 para 250.
No ensino médio, o avanço foi ainda maior. Em matemática, a média dos nordestinos pulou de 261 pontos para 290. A média nacional foi de 282 para 289 pontos.
Também houve avanço na 4ª série, mas a diferença em relação a 95 não foi tão grande -apenas dois pontos em matemática. Em português, permaneceu estável.
Para o ministro Paulo Renato Souza (Educação), a melhoria nas notas dos alunos da região Nordeste no ensino fundamental é consequência dos investimentos que foram feitos pelo Banco Mundial e pelo governo federal. De 93 a 97, foram aplicados na região quase R$ 800 milhões.
O convênio, que ficou conhecido como Projeto Nordeste, treinou 244 mil professores, 51 mil diretores e 1.550 secretários municipais da Educação. Também reformou e ampliou 22,8 mil salas.
Para o coordenador do Projeto Nordeste, Emílio Marques, é impossível atribuir a uma única causa a melhoria do desempenho dos alunos nordestinos.
"O Nordeste recebeu atenção diferenciada nos últimos quatro anos. Todas as ações desenvolvidas contribuem para que os alunos aprendam mais, mesmo que indiretamente."
O treinamento dos secretários da Educação e dos diretores foi apontado pel,o coordenador como um dos principais responsáveis pela melhora.
Paulo Renato disse que a melhora do Nordeste no 2º grau "é um bom sinal", mas pode ter sido causada porque o funil socioeconômico no Nordeste é maior.
Como os alunos mais pobres do Nordeste não chegam ao 2º grau, a região acaba tendo melhor desempenho por causa da exclusão.
(DANIELA FALCÃO)



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