São Paulo, quinta, 26 de novembro de 1998

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Resultado do Saeb gera polêmica entre secretários

da Sucursal de Brasília

Os resultados do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) causaram polêmica na reunião do Consed (Conselho de Secretários Estaduais da Educação) realizada ontem em Brasília.
Enquanto secretários que tiveram um bom desempenho na avaliação comemoravam os resultados, a secretária do Estado de São Paulo, Rose Neubauer, dizia que o Saeb devia ser visto "com muita precaução".
O secretário da Educação de Sergipe, Luiz Antonio Barreto, fez questão de responder a Neubauer. O desempenho dos alunos de matemática de seu Estado se manteve estável em relação a 95, ao contrário do que aconteceu em São Paulo, onde a proficiência diminuiu.
"Acho que os resultados dessa avaliação são realmente importantes. Ela tem duas faces, uma técnica e outra que reflete as culturas regionais. No meu Estado, por exemplo, foi a primeira que um secretário se manteve três anos no cargo, isso ajuda a melhorar."
Para o secretário da Educação do Distrito Federal, Antônio Ibañez, o desempenho mais fraco em 97 foi um "acidente", provocado pela falta de professores no 1º semestre daquele ano. Ele afirmou que o DF também absorveu uma grande quantidade de alunos nos últimos anos, o que ajuda a baixar a média do desempenho.
Os secretários da Educação de Minas Gerais e do Paraná, os Estados com melhores resultados, atribuíram a projetos desenvolvidos com a ajuda de empréstimos do Banco Mundial a boa performance de seus alunos.
"Houve uma decisão política do governo de Minas de investir 45% do orçamento do Estado em educação. Além disso, tivemos um empréstimo de US$ 300 milhões do Bird, o que foi fundamental", afirmou João Batista Mares Guia, secretário de Minas.
Com a verba do Bird, Minas melhorou e criou bibliotecas nas escolas, instalou 700 centrais de computadores, informatizou a administração escolar, investiu na avaliação do sistema educacional e criou programas de capacitação de professores e diretores.
Ramiro Wahrhaftig, secretário do Paraná, destacou a participação dos pais na gestão das escolas como essencial para alcançar bons resultados. Com o empréstimo de US$ 160 milhões do Bird, o Estado investiu em infra-estrutura, materiais didáticos, capacitação dos professores e dos gestores em educação. (BETINA BERNARDES)


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