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Salário melhor não garante desempenho
da Sucursal de Brasília
Na avaliação do Ministério da
Educação, o Saeb mostra que não
há uma relação de causa e efeito
entre aumento de investimento
em educação e em salário dos professores e melhor desempenho dos
alunos.
Como exemplo dessa tese, o ministro Paulo Renato Souza cita o
caso de Minas Gerais, que obteve o
melhor desempenho no Saeb deste
ano, apesar de ser o Estado da região Sudeste com o menor valor
per capita por aluno/ano (R$ 355)
no 1º grau e com salário médio de
professores da 1ª à 4ª série de R$
480,32.
"O que realmente melhora o desempenho educacional é a equipe
da escola, o capacitação de professores e diretores e participação
dos pais na gestão dos estabelecimentos. Isso determina a compra
de equipamentos mais adequados", afirmou o ministro.
Segundo Paulo Renato, apesar
de não haver uma relação direta
entre investimento e desempenho,
um valor muito baixo por aluno
ao ano obviamente prejudica.
"É óbvio que, num sistema que
gasta R$ 50 por ano com aluno,
como havia no Nordeste antes do
Fundef, não há como ter um desempenho satisfatório", disse o
ministro Paulo Renato Souza
(Educação).
"Depois do Fundef, no entanto,
temos uma variação de R$ 315 a
R$ 720 de investimento por aluno
ao ano. A diferença não é tão grande assim", afirmou.
Pelo Fundef (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério)
Estados e municípios devem investir no 1º grau 15% de tudo o que
arrecadam. Desse montante, 60%
devem ser aplicados em salários de
professores. O governo federal
também estabeleceu que o valor
mínimo por aluno neste ano deve
ser de R$ 315. O Fundef, também
chamado de fundão, foi uma
emenda constitucional aprovada
em 1996, e que ficou conhecida como "fundão".
O fundo, no entanto, só entrou
em vigor neste ano. "O Saeb que
vamos realizar em 99 já vai refletir
a melhora no desempenho dos
alunos provocada pelo fundão",
afirmou o ministro.
(BETINA BERNARDES)
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