São Paulo, quinta, 26 de novembro de 1998

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Salário melhor não garante desempenho

da Sucursal de Brasília

Na avaliação do Ministério da Educação, o Saeb mostra que não há uma relação de causa e efeito entre aumento de investimento em educação e em salário dos professores e melhor desempenho dos alunos.
Como exemplo dessa tese, o ministro Paulo Renato Souza cita o caso de Minas Gerais, que obteve o melhor desempenho no Saeb deste ano, apesar de ser o Estado da região Sudeste com o menor valor per capita por aluno/ano (R$ 355) no 1º grau e com salário médio de professores da 1ª à 4ª série de R$ 480,32.
"O que realmente melhora o desempenho educacional é a equipe da escola, o capacitação de professores e diretores e participação dos pais na gestão dos estabelecimentos. Isso determina a compra de equipamentos mais adequados", afirmou o ministro.
Segundo Paulo Renato, apesar de não haver uma relação direta entre investimento e desempenho, um valor muito baixo por aluno ao ano obviamente prejudica.
"É óbvio que, num sistema que gasta R$ 50 por ano com aluno, como havia no Nordeste antes do Fundef, não há como ter um desempenho satisfatório", disse o ministro Paulo Renato Souza (Educação).
"Depois do Fundef, no entanto, temos uma variação de R$ 315 a R$ 720 de investimento por aluno ao ano. A diferença não é tão grande assim", afirmou.
Pelo Fundef (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério) Estados e municípios devem investir no 1º grau 15% de tudo o que arrecadam. Desse montante, 60% devem ser aplicados em salários de professores. O governo federal também estabeleceu que o valor mínimo por aluno neste ano deve ser de R$ 315. O Fundef, também chamado de fundão, foi uma emenda constitucional aprovada em 1996, e que ficou conhecida como "fundão".
O fundo, no entanto, só entrou em vigor neste ano. "O Saeb que vamos realizar em 99 já vai refletir a melhora no desempenho dos alunos provocada pelo fundão", afirmou o ministro.
(BETINA BERNARDES)




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