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ESTUDO
Implantação correta de fiscalização eletrônica diminui em 30% o número de acidentes e em 60% o de vítimas fatais
Para BID, radar reduz mortes no trânsito
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
Estudo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento)
afirma que a implantação dos radares eletrônicos reduziu em pelo
menos 1.500 o número de mortes
no trânsito, por ano, no Brasil.
Segundo o levantamento, quando os equipamentos são colocados corretamente (nos locais em
que existe maior perigo), há uma
diminuição de 30% dos acidentes
e de 60% do número de mortes.
O estudo compara os programas de fiscalização do trânsito
adotados em cinco países: Brasil,
Argentina, Paraguai, Chile e Uruguai.
O Brasil é apontado como o
exemplo mais bem sucedido de
fiscalização eletrônica em áreas
urbanas, enquanto o Chile é citado como o único com sistema de
inspeção veicular uniforme e de
boa qualidade.
Foram comparadas as estatísticas de acidentes de trânsito, antes
e depois da colocação dos radares,
de 24 cidades brasileiras, além de
trechos de rodovias estaduais e federais.
São Paulo
O estudo afirma que a instalação de 40 radares fixos e 31 barreiras eletrônicas na cidade de São
Paulo, em 1997, evitou 687 mortes
e 11.301 feridos no ano seguinte, o
que teria resultado em uma economia de US$ 150 milhões de despesas hospitalares.
O trabalho detém-se nas três
principais vias de circulação da
capital paulista: as marginais Tietê e Pinheiros e a avenida 23 de
Maio.
Diz que o índice de desrespeito
ao limite de velocidade na Marginal Tietê (por onde trafegam motoristas de todo o país) caiu de
50,12% para 1,1%.
O levantamento nos cinco países foi feito pelo consultor Alan
Cannel. De origem inglesa, ele vive no Brasil há 30 anos e dirigiu o
departamento de trânsito de Curitiba (PR) por dez anos.
O Brasil, segundo o autor do estudo, responde por um terço do
total de cem mil mortes/ano por
acidentes de trânsito na América
Latina e no Caribe.
A aprovação do novo Código
Nacional de Trânsito disseminou
o uso dos radares eletrônicos no
país.
Para o BID, o Brasil criou -embora sem uma coordenação formal- o maior programa urbano
de fiscalização eletrônica do mundo.
As cidades que já adotaram tal
sistema somam 42 milhões de habitantes e dois terços da frota nacional de veículos.
Medo de assalto
O estudo do BID avalia que os
sistemas para controle de avanço
de sinal têm se mostrado os menos eficientes, pois, dependendo
do horário e do local, os motoristas não param diante do sinal vermelho com medo de violência.
"Várias cidades precisam de
uma nova tecnologia "abrasileirada", que leve em conta o risco de
assaltos durante a noite e a madrugada", afirma o documento.
Segundo o BID, a população
aceita a colocação dos equipamentos se o local escolhido tiver
um histórico de vítimas; se houver uma faixa de tolerância de velocidade razoável e for feito um
período de testes, sem cobrança
de multa.
Se essas premissas não são atendidas, os radares passam a ser vistos como fábricas de multas e
simples geradores de receita.
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