São Paulo, terça-feira, 26 de dezembro de 2000

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OUTRO LADO

Rui Falcão nega acordo e diz que acusação é "totalmente descabida"

DA REPORTAGEM LOCAL

O futuro secretário de Governo, Rui Falcão, afirmou que a acusação de que estaria oferecendo cargos a vereadores eleitos de São Paulo em troca de apoio à prefeita eleita Marta Suplicy (PT) é "totalmente descabida, sem fundamento". Outros sete integrantes do "grupo dos dez" ouvidos pela Folha também negaram a existência da negociação.
"Em nenhum momento tratei com alguém, muito menos com o deputado João Herrmann, que não vejo há meses, de indicação ou sugestão para qualquer cargo do governo", afirmou Falcão.
O novo secretário disse que se reuniu só uma vez com o vereador eleito Raul Cortez (PPS) para tratar do apoio ao vereador José Eduardo Cardozo (PT) na eleição para presidente da Câmara.
"Eu conversei com ele (Cortez) a respeito da presidência da Câmara, o que é público", disse Falcão, que não quis falar sobre o encontro com os vereadores eleitos.
Ele também não quis comentar a possível intenção do PPS ao fazer a acusação. "Não quero analisar a intenção de ninguém. Estou negando o fato. A intenção fica no campo da subjetividade. Não sei o que o move (Cortez), só quero dizer que não ocorreu."
Sete outros vereadores do "grupo dos dez" ouvidos pela Folha também negaram a existência de um acordo de apoio ao governo.
"Não fazemos a política do "toma lá dá cá'", afirmou o vereador Rubens Calvo (PSB), um dos articulares do grupo.
Calvo disse que ficou sabendo de um "boato" sobre a denúncia, mas afirmou que não existe nenhum fundamento.
O vereador Antonio Campanha (PSB), o Toninho, da Força Sindical -assim como Cortez-, também negou a negociação de cargos. "Se ele (Cortez) disse isso, é problema dele", afirmou Toninho. Segundo Cortez, ele e Toninho teriam abandonado a reunião depois de Falcão ter oferecido os cargos.
"Ele (Rui Falcão) quer formar uma base de sustentação do governo, mas não falamos em cargos", disse o vereador Eliseu Gabriel de Pieri (PDT).
Antonio Paes da Cruz (Prona), o Baratão, negou até ter ido à sede do governo de transição.

Tendência
Antonio Carlos Rodrigues (PL) disse que a tendência da maioria do grupo é dar sustentação ao governo de Marta Suplicy (PT), mas negou que o apoio esteja vinculado à oferta de cargos.
"Ele (Falcão) apenas disse que gostaria de contar conosco para a base do governo na Câmara", disse o vereador Celso Jatene.
José Rogério Shkair Farhat (PSD) negou que o grupo esteja negociando cargos. Humberto Francischini (PDT) foi procurado pela reportagem, mas não respondeu às ligações.
(GILMAR PENTEADO)


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