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OUTRO LADO
Rui Falcão nega acordo e diz que acusação é "totalmente descabida"
DA REPORTAGEM LOCAL
O futuro secretário de Governo,
Rui Falcão, afirmou que a acusação de que estaria oferecendo cargos a vereadores eleitos de São
Paulo em troca de apoio à prefeita
eleita Marta Suplicy (PT) é "totalmente descabida, sem fundamento". Outros sete integrantes do
"grupo dos dez" ouvidos pela Folha também negaram a existência
da negociação.
"Em nenhum momento tratei
com alguém, muito menos com o
deputado João Herrmann, que
não vejo há meses, de indicação
ou sugestão para qualquer cargo
do governo", afirmou Falcão.
O novo secretário disse que se
reuniu só uma vez com o vereador eleito Raul Cortez (PPS) para
tratar do apoio ao vereador José
Eduardo Cardozo (PT) na eleição
para presidente da Câmara.
"Eu conversei com ele (Cortez)
a respeito da presidência da Câmara, o que é público", disse Falcão, que não quis falar sobre o encontro com os vereadores eleitos.
Ele também não quis comentar
a possível intenção do PPS ao fazer a acusação. "Não quero analisar a intenção de ninguém. Estou
negando o fato. A intenção fica no
campo da subjetividade. Não sei o
que o move (Cortez), só quero dizer que não ocorreu."
Sete outros vereadores do "grupo dos dez" ouvidos pela Folha
também negaram a existência de
um acordo de apoio ao governo.
"Não fazemos a política do "toma lá dá cá'", afirmou o vereador
Rubens Calvo (PSB), um dos articulares do grupo.
Calvo disse que ficou sabendo
de um "boato" sobre a denúncia,
mas afirmou que não existe nenhum fundamento.
O vereador Antonio Campanha
(PSB), o Toninho, da Força Sindical -assim como Cortez-, também negou a negociação de cargos. "Se ele (Cortez) disse isso, é
problema dele", afirmou Toninho. Segundo Cortez, ele e Toninho teriam abandonado a reunião depois de Falcão ter oferecido os cargos.
"Ele (Rui Falcão) quer formar
uma base de sustentação do governo, mas não falamos em cargos", disse o vereador Eliseu Gabriel de Pieri (PDT).
Antonio Paes da Cruz (Prona),
o Baratão, negou até ter ido à sede
do governo de transição.
Tendência
Antonio Carlos Rodrigues (PL)
disse que a tendência da maioria
do grupo é dar sustentação ao governo de Marta Suplicy (PT), mas
negou que o apoio esteja vinculado à oferta de cargos.
"Ele (Falcão) apenas disse que
gostaria de contar conosco para a
base do governo na Câmara", disse o vereador Celso Jatene.
José Rogério Shkair Farhat
(PSD) negou que o grupo esteja
negociando cargos. Humberto
Francischini (PDT) foi procurado
pela reportagem, mas não respondeu às ligações.
(GILMAR PENTEADO)
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