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EDUCAÇÃO
Estudo do Inep analisa relação entre conceitos
São Paulo tem rendimento pior do que 15 Estados no provão de 2000
ANTÔNIO GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de ter alguns dos melhores cursos superiores do Brasil, o
Estado de São Paulo teve, em média, um rendimento pior do que
unidades da Federação como o
Distrito Federal, Bahia, Rio Grande do Sul, Sergipe, Rio Grande do
Norte e Ceará no provão de 2000.
Essa constatação é feita a partir
de levantamento que o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do MEC) fez
com base na porcentagem de cursos avaliados com conceitos A e B,
os melhores, e D e E, os piores.
O estudo mostra também que
alguns Estados do Norte e Nordeste superam, em média, os do
Sul e Sudeste na porcentagem de
conceitos A e B no exame do
MEC.
Os técnicos do Inep classificaram os Estados com base na diferença entre a porcentagem de
cursos avaliados com os melhores
e os piores conceitos.
Segundo esse critério, o Distrito
Federal teve 57,5% de seus cursos
avaliados com A ou B e apenas
20% com D ou E. A diferença entre essas porcentagens é de 37,5
pontos, o que coloca a unidade da
federação como a melhor, seguida da Bahia, que teve uma diferença entre os melhores e piores
conceitos de 31,3 pontos.
De acordo com o levantamento,
o pior desempenho foi o de Roraima, que não teve nenhum curso
com conceito A ou B.
O levantamento revelou algumas surpresas: ao analisar apenas
a rede particular, o rendimento
dos cursos superiores do Ceará é,
proporcionalmente, o melhor do
país, a frente do Rio Grande do
Sul, Bahia, Distrito Federal, Rio de
Janeiro, Paraná e São Paulo.
Na avaliação de Tancredo Maia
Filho, diretor de avaliação do
Inep, órgão do MEC responsável
pelo provão, São Paulo aparece
nesse levantamento atrás de Estados do Nordeste e Norte porque,
apesar de ter alguns dos melhores
cursos do Brasil, tem também um
grande número de instituições
com qualidade muito baixa.
"São Paulo tem de tudo. Há
uma diversidade muito grande no
Estado, que tem desde cursos
com o melhor nível de excelência
do Brasil até alguns com qualidade bem abaixo da média nacional", diz Maia Filho.
Alguns Estados do Nordeste,
como Bahia, Sergipe e Ceará aparecem nesse levantamento entre
os melhores do Brasil. "Há uma
forte indicação no provão de que
o Sul e o Sudeste têm bons cursos,
mas isso não quer dizer que essas
regiões tenham o melhor desempenho do país. Esse levantamento
desmonta um pouco a tese de
que, na média, o ensino do Norte
e Nordeste é pior do que o do Sul e
Sudeste", afirma o diretor de avaliação do Inep.
Ele analisa o bom desempenho
do Distrito Federal nesse exame
como fruto da mobilização de
alunos e de instituições particulares para melhorar as notas obtidas nos primeiros exames.
Além disso, a maioria dos cursos do Distrito Federal são públicos. Em média, os resultados do
provão mostram que alunos das
universidades federais e estaduais
têm notas melhores do que os de
instituições particulares.
A proporção maior de cursos
públicos também é o que explica,
em parte, o bom desempenho de
Estados como Bahia e Sergipe.
Um dos poucos Estados onde a
rede particular teve melhor desempenho do que a pública foi o
Ceará. Lá, 60% dos cursos privados avaliados tiveram conceito A
ou B. Entre os cursos públicos do
Estado, 40% obtiveram conceito
A ou B.
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