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FUTURA ADMINISTRAÇÃO
Marta Suplicy deve anunciar Fernando José de Almeida, professor da PUC, para o cargo
Titular da educação em SP deve sair hoje
DA REPORTAGEM LOCAL
O professor da PUC (SP) Fernando José de Almeida deve ser
anunciado hoje pela prefeita eleita
Marta Suplicy como o novo secretário municipal da Educação. Ele
recebeu o convite de Marta na semana passada.
Almeida é professor do curso de
pós-graduação em educação da
PUC, setor de onde já saíram dois
outros secretários de educação de
São Paulo: Paulo Freire e Mário
Sérgio Cortella, ambos na gestão
Erundina (1988-1992).
No sábado, ele se encontrou
com Mário Sérgio Cortella, primeiro nome a ser convidado por
Marta para assumir a pasta, para
avaliar a situação do ensino na rede municipal.
"Apesar de não ter havido ainda
anúncio oficial, tudo leva a crer
que ele será o novo secretário municipal da Educação. Estamos só
esperando a confirmação", disse
Cortella.
Conflitos
O convite a Almeida foi também
uma tentativa de o PT evitar conflitos internos no partido. Ele não
é filiado -apenas simpatizante
do PT-, e não enfrenta grandes
resistências.
"Ele é alguém que agrega pólos
diferentes e não é diretamente ligado à máquina partidária, o que
facilitará seu trânsito entre os diversos grupos. A escolha de Marta
foi muito lúcida e sagaz", comentou Cortella.
A escolha de um nome para a
secretaria de educação demorou
mais do que o esperado devido à
recusa de vários nomes, como a
de Cortella, do escritor Fernando
Morais, do reitor da PUC, Antônio Carlos Ronca, e do ex-governador do Distrito Federal Cristovam Buarque.
Além disso, algumas opções de
pessoas de dentro do partido poderiam causar uma ruptura entre
grupos diferentes da área de educação do PT.
Almeida é doutor em filosofia
da educação pela PUC e um estudioso do uso de novas tecnologias
no ensino. Ele já foi diretor pedagógico de ensino médio do colégio Nossa Senhora das Graças, em
São Paulo.
O secretário escolhido por Marta nunca exerceu cargos públicos
na prefeitura. De 1993 a 1996, Almeida foi vice-reitor acadêmico
da PUC. Uma de suas mais recentes pesquisas foi sobre formação
de professores para educação à
distância.
A pasta da Educação foi a última
do primeiro escalão do governo
municipal a ser anunciada pela
prefeita eleita.
Desafios
Um dos primeiros problemas
que o futuro secretário terá pela
frente será resolver a situação das
cerca de 30 mil crianças de 4 a 6
anos que hoje estão matriculadas
em creches conveniadas à prefeitura de São Paulo.
Pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, a creche é destinada às
crianças de 0 a 3 anos, enquanto a
pré-escola, às crianças de 4 a 6.
Um decreto assinado pelo prefeito Celso Pitta transfere esses alunos de 4 a 6 anos em creches para
as Emeis (Escolas Municipais de
Educação Infantil).
Essa transferência, que deveria
acontecer no ano que vem, trará
prejuízo às mães dessas crianças,
que não poderão mais matricular
seus filhos em creches em período
integral. A maioria das Emeis só
atende em meio período.
Na época da campanha, Marta
Suplicy prometeu que essas mães
não seriam prejudicadas. O futuro secretário de Educação, junto
com o de Bem-Estar Social, terá
de achar uma solução que não
prejudique as mães nem entre em
conflito com a lei.
O promotor de Infância e Juventude de São Paulo, Motauri de
Souza, afirma que a prefeitura terá que cumprir a lei, para não prejudicar as crianças que hoje estão
fora das creches por falta de vagas.
Segundo Souza, esse déficit é de
cerca de 100 mil vagas.
A alfabetização de jovens e adultos e a ampliação da rede de creches e pré-escolas, além da valorização profissional do professor,
também são promessas de campanha do PT.
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