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Temas e patrocínio de escolas surgem de "ciranda de contatos'
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL
O tema do Carnaval da Pérola Negra surgiu de uma ciranda
de contatos: um diretor da escola é dono de uma agência de
publicidade que tem a conta da
Itaipava. A cervejaria patrocina
a festa do peão de Jaguariúna,
que, por sua vez, é organizada
pelo dono de uma casa de eventos da cidade. Os dois se conheceram. Resultado: enredo sobre Jaguariúna (a 134 km de
SP), conforme relato do secretário de Turismo do município.
Com ele vieram os patrocinadores. A Folha não teve acesso
ao valor captado.
"No Rio tem incentivo municipal, estadual, federal. Aqui é
só municipal. E patrocínio é difícil; só costuma ter quando há
indicação de alguém da escola
que é amigo do amigo do dono
de uma empresa", lamenta
Marko Antônio da Silva, presidente da Tom Maior e integrante do grupo de dirigentes
da liga das escolas de samba.
A escola Nenê de Vila Matilde corrobora essa linha. A escola teve acesso à Academia Brasileira de Arte, Cultura e História, co-fundada pelo historiador Câmara Cascudo, tema do
enredo deste ano, sobre folclore. Foi a academia que apresentou empresas à escola.
O enredo cultural da Nenê
não perdeu a oportunidade de
embutir um merchandising
disfarçado. O presidente da escola, Betinho, diz que conseguiu R$ 21 mil da editora Global (pela versão do diretor da
editora, Luiz Alves Júnior, "entre R$ 50 mil e R$ 100 mil").
Em contrapartida, conseguiu
a exibição, em carros alegóricos, de réplicas de 2,5 metros
de dois de seus livros mais vendidos ("Dicionário do Folclore
Brasileiro" e "História da Alimentação no Brasil"), ambos
de Câmara Cascudo.
No caso da Gaviões da Fiel, é
Santana de Parnaíba (a 40 km
de SP) que será homenageada.
O carnavalesco da Gaviões,
Mauro Quintaes, diz que um
terço dos custos serão cobertos
pelos patrocínios da cidade
-que incluem empresas de informática e de chocolate.
"A cidade tem centro histórico ligado ao turismo", diz Benedito Fernandes, prefeito do
município pelo DEM.
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