|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PCC faz churrasco em penitenciária
DO "AGORA SÃO PAULO"
Integrantes da facção criminosa
Primeiro Comando da Capital fizeram anteontem uma festa para
comemorar a divulgação nacional do nome do partido.
O evento ocorreu das 10h às 16h
na Penitenciária do Estado, quando teriam aproveitado para festejar a nomeação da nova liderança
do presídio: 10 faxinas (chefes de
pavilhões) e 20 boieiros (presos
que distribuem a alimentação).
Na festa, segundo presos, havia
cerveja, churrasco e roda de samba. A única justificativa para a entrada das latas de cerveja é a participação de funcionários, pois as
visitas estavam suspensas e nenhum estoque do produto foi encontrado nas revistas da polícia.
Essa teria sido a segunda festa
patrocinada pelo PCC. A primeira
aconteceu no dia 27 de janeiro,
data de aniversário do "presidente" da facção, Idemir Carlos Ambrósio, o Sombra, quando 80 quilos de carne foram colocados para
dentro da Casa de Detenção, com
auxílio de funcionários, segundo
os próprios agentes.
Além do aniversário, o objetivo
da festa seria comemorar o resgate de cinco integrantes da facção
da Penitenciária de Araraquara.
Os faxinas foram indicados pela
liderança do PCC e não pelos presos, conforme a tradição nas cadeias. Há um faxina e dois boieiros por andar, nos cinco andares
de cada um dos dois pavilhões em
funcionamento na Penitenciária
do Estado. O terceiro foi interditado após a rebelião do dia 18.
A lista com os nomes dos faxinas, por exemplo, foi submetida à
aprovação dos presos conhecidos
como Andrezão e Pezão, membros do terceiro escalão da facção.
A função principal dos faxinas é
reportar tudo o que acontece nos
pavilhões ao comando do PCC.
"Nós tomamos decisões pequenas. Se a coisa envolver muita
gente, levamos ao comando para
que eles decidam o que fazer",
disse um faxina do pavilhão 2.
Durante a festa, os integrantes
fizeram um balanço do movimento e se consideraram satisfeitos com a repercussão na imprensa. "Tomara que isso sirva para
abrir os olhos dos governantes.
Eles têm que nos enxergar como
pessoas, com direitos e deveres.
Eles precisam dar um jeito urgente na política carcerária do país."
(RITA MAGALHÃES)
Texto Anterior: O poder do crime: SP improvisa para reduzir pressão de presos Próximo Texto: Seis fogem de presídio semi-aberto Índice
|