|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SAÚDE
Ela pode ter sido a décima pessoa a morrer em MG por ter contraído a doença; secretaria confirma surto na região
Mulher morre com sintoma de febre amarela
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A Secretaria da Saúde de Minas
Gerais comunicou ontem a morte, no domingo, de uma mulher,
de 26 anos, que estava internada
em Belo Horizonte com sintomas
da febre amarela.
Essa pode ter sido a décima pessoa a morrer no Estado por ter
contraído a doença. Desde o dia
23 de janeiro, são 19 casos suspeitos ou confirmados. A mulher
morava na zona rural do município de Leandro Ferreira, na região
centro-oeste de Minas.
Na última sexta-feira, a Secretaria da Saúde confirmou que há
um surto de febre amarela na região. Naquele dia, o órgão recebeu da Fundação Oswaldo Cruz,
do Rio de Janeiro, o resultado de
seis exames que deram positivo
para a doença. Desses seis casos,
cinco acabaram em morte dos pacientes.
Todas as pessoas que morreram
moravam na região centro-oeste.
Entre os 19 casos confirmados ou
suspeitos está o de uma mulher
que mora em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ela foi internada na capital
mineira com sintomas da doença.
O secretário da Saúde, general
Carlos Patrício de Freitas, informou ontem que um dos locais
mais preocupantes na região centro-oeste é o chamado vale do rio
Pará. A secretaria montou um esquema de informação para que os
moradores tomem conhecimento
dos riscos.
Vacinação
A Polícia Florestal está navegando pelo rio Pará para comunicar à
população ribeirinha sobre os riscos e a necessidade de tomar a vacina. A vacinação está sendo feita
de casa em casa, principalmente
nas áreas rurais.
"Os prefeitos estão cooperando,
fazendo mutirões", disse o secretário.
Os municípios com risco são
Martinho Campos, Moema,
Leandro Ferreira, Santo Antônio
do Monte, Nova Serrana, Bom
Despacho e Conceição do Pará,
todos na região de Divinópolis, o
município-pólo.
No fim-de-semana, as Polícias
Rodoviárias Federal e Estadual
também participaram da campanha. Foram montadas barreiras
sanitárias de alerta nas rodovias
que dão acesso a Divinópolis (a
105 km de Belo Horizonte).
O objetivo foi informar as pessoas sobre o surto de febre amarela e dos riscos. Nessas barreiras
houve vacinação. No sábado e no
domingo, foram vacinadas 5.200
pessoas. Estima-se que 60 mil pessoas foram passar o Carnaval na
região.
Cerca de 320 mil doses da vacina foram enviadas para as cidades. Epidemiologistas da secretaria e do Ministério da Saúde estão
investigando as áreas de risco.
A suspeita inicial é que os casos
confirmados sejam de febre amarela silvestre, a forma mais branda
da doença, que não ocorre na região há cerca de 20 anos.
Nessa forma, a doença é transmitida ao homem pela picada do
mosquito silvestre que tenha picado, antes, um primata contaminado.
Foi intensificado o combate ao
mosquito transmissor da dengue
para que não surja a febre amarela
urbana. Nesse caso, a transmissão
é feita pela picada do Aedes
aegypti, o mesmo da dengue, que
tenha picado uma pessoa já contaminada com a febre amarela silvestre.
Texto Anterior: Há 50 anos Próximo Texto: Administração: Marta chega à França para tratar de projetos Índice
|