São Paulo, terça-feira, 27 de fevereiro de 2001

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SAÚDE

Ela pode ter sido a décima pessoa a morrer em MG por ter contraído a doença; secretaria confirma surto na região

Mulher morre com sintoma de febre amarela

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A Secretaria da Saúde de Minas Gerais comunicou ontem a morte, no domingo, de uma mulher, de 26 anos, que estava internada em Belo Horizonte com sintomas da febre amarela.
Essa pode ter sido a décima pessoa a morrer no Estado por ter contraído a doença. Desde o dia 23 de janeiro, são 19 casos suspeitos ou confirmados. A mulher morava na zona rural do município de Leandro Ferreira, na região centro-oeste de Minas.
Na última sexta-feira, a Secretaria da Saúde confirmou que há um surto de febre amarela na região. Naquele dia, o órgão recebeu da Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro, o resultado de seis exames que deram positivo para a doença. Desses seis casos, cinco acabaram em morte dos pacientes.
Todas as pessoas que morreram moravam na região centro-oeste. Entre os 19 casos confirmados ou suspeitos está o de uma mulher que mora em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ela foi internada na capital mineira com sintomas da doença.
O secretário da Saúde, general Carlos Patrício de Freitas, informou ontem que um dos locais mais preocupantes na região centro-oeste é o chamado vale do rio Pará. A secretaria montou um esquema de informação para que os moradores tomem conhecimento dos riscos.

Vacinação
A Polícia Florestal está navegando pelo rio Pará para comunicar à população ribeirinha sobre os riscos e a necessidade de tomar a vacina. A vacinação está sendo feita de casa em casa, principalmente nas áreas rurais.
"Os prefeitos estão cooperando, fazendo mutirões", disse o secretário.
Os municípios com risco são Martinho Campos, Moema, Leandro Ferreira, Santo Antônio do Monte, Nova Serrana, Bom Despacho e Conceição do Pará, todos na região de Divinópolis, o município-pólo.
No fim-de-semana, as Polícias Rodoviárias Federal e Estadual também participaram da campanha. Foram montadas barreiras sanitárias de alerta nas rodovias que dão acesso a Divinópolis (a 105 km de Belo Horizonte).
O objetivo foi informar as pessoas sobre o surto de febre amarela e dos riscos. Nessas barreiras houve vacinação. No sábado e no domingo, foram vacinadas 5.200 pessoas. Estima-se que 60 mil pessoas foram passar o Carnaval na região.
Cerca de 320 mil doses da vacina foram enviadas para as cidades. Epidemiologistas da secretaria e do Ministério da Saúde estão investigando as áreas de risco.
A suspeita inicial é que os casos confirmados sejam de febre amarela silvestre, a forma mais branda da doença, que não ocorre na região há cerca de 20 anos.
Nessa forma, a doença é transmitida ao homem pela picada do mosquito silvestre que tenha picado, antes, um primata contaminado.
Foi intensificado o combate ao mosquito transmissor da dengue para que não surja a febre amarela urbana. Nesse caso, a transmissão é feita pela picada do Aedes aegypti, o mesmo da dengue, que tenha picado uma pessoa já contaminada com a febre amarela silvestre.




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