São Paulo, terça-feira, 27 de fevereiro de 2001

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ACIDENTE

Rapaz teria atirado barra de ferro no pára-brisa

Ônibus desgovernado bate e fere 19 em avenida do centro do Rio

DANIELA MENDES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Um ônibus desgovernado, com mais de 50 passageiros, bateu em uma árvore, na avenida Presidente Vargas (centro do Rio), e deixou 19 feridos, um deles, o motorista, em estado grave, ontem de manhã.
Testemunhas disseram que o motorista Iznard Reis da Mota, 58, da Viação Ideal, que fazia a linha 326 (Castelo-Ilha do Governador), não quis parar no ponto. Em represália, um rapaz que estava na parada arremessou uma barra de ferro em direção ao pára-brisa do veículo. Mota perdeu o controle e bateu. De acordo com a Polícia Civil, pedras também foram atiradas no ônibus.
Mota está internado no Hospital Souza Aguiar com fraturas nas duas pernas, um corte profundo na coxa esquerda e outro na cabeça, mas não corre risco de morte.
O acidente ocorreu em um trecho da Presidente Vargas, a maior avenida do centro do Rio, na qual está localizada a área de concentração das escolas de samba que desfilam no Carnaval da cidade.
Jamerson Santos da Rocha, 17, torceu os dois joelhos no acidente. Ele disse que a maioria dos ocupantes do ônibus trabalhava na escola de samba União da Ilha e estava voltando para casa após uma noite de trabalho preparando o desfile da escola, programado para a madrugada de hoje.
Rocha é puxador de carros alegóricos. "Foi um susto. Tinha muita gente no ônibus, e o ponto estava cheio. O pessoal se revoltou e aconteceu isso".
Jonas Gomes de Souza, 18, uma das vítimas do acidente, conta que o motorista chegou a parar rapidamente no ponto de ônibus, mas arrancou em seguida após perceber a quantidade de pessoas que pretendiam embarcar.
"O ônibus estava cheio e ele arrancou quando viu todo mundo correndo (cerca de 20 pessoas). Aí veio um moleque, entrou na frente do ônibus e jogou o ferro que quebrou o vidro da frente e pegou na cabeça dele."
Outro passageiro, Gilmar Souza da Cunha, 20, que também é puxador de carros da União da Ilha, disse que algumas pessoas tentaram avisar o motorista que o ônibus ia bater. "Nós gritamos "vai bater", mas ele já estava desacordado." Cunha teve um corte profundo no braço direito e escoriações por todo o corpo.
A ocorrência do acidente foi registrada na 6ª DP (Cidade Nova). Ninguém foi preso.


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