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ACIDENTE
Rapaz teria atirado barra de ferro no pára-brisa
Ônibus desgovernado bate e fere 19 em avenida do centro do Rio
DANIELA MENDES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Um ônibus desgovernado, com
mais de 50 passageiros, bateu em
uma árvore, na avenida Presidente Vargas (centro do Rio), e deixou 19 feridos, um deles, o motorista, em estado grave, ontem de
manhã.
Testemunhas disseram que o
motorista Iznard Reis da Mota,
58, da Viação Ideal, que fazia a linha 326 (Castelo-Ilha do Governador), não quis parar no ponto.
Em represália, um rapaz que estava na parada arremessou uma
barra de ferro em direção ao pára-brisa do veículo. Mota perdeu o
controle e bateu. De acordo com a
Polícia Civil, pedras também foram atiradas no ônibus.
Mota está internado no Hospital Souza Aguiar com fraturas nas
duas pernas, um corte profundo
na coxa esquerda e outro na cabeça, mas não corre risco de morte.
O acidente ocorreu em um trecho da Presidente Vargas, a maior
avenida do centro do Rio, na qual
está localizada a área de concentração das escolas de samba que
desfilam no Carnaval da cidade.
Jamerson Santos da Rocha, 17,
torceu os dois joelhos no acidente. Ele disse que a maioria dos
ocupantes do ônibus trabalhava
na escola de samba União da Ilha
e estava voltando para casa após
uma noite de trabalho preparando o desfile da escola, programado para a madrugada de hoje.
Rocha é puxador de carros alegóricos. "Foi um susto. Tinha
muita gente no ônibus, e o ponto
estava cheio. O pessoal se revoltou e aconteceu isso".
Jonas Gomes de Souza, 18, uma
das vítimas do acidente, conta
que o motorista chegou a parar
rapidamente no ponto de ônibus,
mas arrancou em seguida após
perceber a quantidade de pessoas
que pretendiam embarcar.
"O ônibus estava cheio e ele arrancou quando viu todo mundo
correndo (cerca de 20 pessoas). Aí
veio um moleque, entrou na frente do ônibus e jogou o ferro que
quebrou o vidro da frente e pegou
na cabeça dele."
Outro passageiro, Gilmar Souza
da Cunha, 20, que também é puxador de carros da União da Ilha,
disse que algumas pessoas tentaram avisar o motorista que o ônibus ia bater. "Nós gritamos "vai
bater", mas ele já estava desacordado." Cunha teve um corte profundo no braço direito e escoriações por todo o corpo.
A ocorrência do acidente foi registrada na 6ª DP (Cidade Nova).
Ninguém foi preso.
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