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SEGURANÇA
Gabinete ficaria dois meses sem policiamento militar; Rui Falcão classificou a proposta como "irresponsável"
Estado quer seguranças de Marta nas ruas
IURI DANTAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo do Estado voltou a
demonstrar ontem que a prefeitura não terá aumento no efetivo de
segurança sem que perca algo em
contrapartida. O secretário Saulo
de Castro Abreu Filho (Segurança
Pública) propôs que os policiais
militares que hoje fazem a guarda
do gabinete da prefeita Marta Suplicy (PT) assumam a escolta dos
fiscais da SPTrans no combate às
peruas ilegais por 60 dias.
É a segunda vez que o Estado
vincula o pedido de mais segurança do município com a privação
de outra área. No dia 29 de março
do ano passado, após bate-boca
com Marta, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) sujeitou um
maior policiamento da região
central com o fim do CPTran (Comando de Policiamento de Trânsito), que será extinto sexta-feira.
O pedido, da Secretaria Municipal dos Transportes, foi feito por
causa da morte de três fiscais da
SPTrans (empresa que gerencia o
sistema de transportes na capital)
no sábado. "Minha proposta é
desguarnecer um pouco o gabinete da prefeitura. Supre com quê?
Supre com os guardas municipais", disse Abreu Filho.
A sugestão do secretário previa
uma resposta da prefeitura até o
final da tarde de ontem. Marta
preferiu não falar pessoalmente
sobre o assunto para evitar conflitos com o governo, segundo a Folha apurou. A prefeita não quer
"emperrar" parcerias com a esfera estadual, especialmente na área
da prevenção a enchentes.
O secretário municipal de governo, Ruy Falcão, indicado por
Marta para falar sobre o assunto,
se disse "surpreso" com a "proposta" de Abreu Filho. "A declaração do secretário dá a entender
que ele não pretende colaborar
nessa questão específica do combate à ilegalidade dos perueiros."
Guarda Civil
Para o secretário responsável
pela segurança, a função de acompanhar os fiscais da SPTrans pode
ser compartilhada com a GCM
(Guarda Civil Metropolitana).
"Para que ter uma guarda municipal se, para combater perueiro
clandestino, não serve?". Constitucionalmente, a GCM não pode
exercer policiamento ostensivo.
A operação de recolhimento de
2.500 peruas clandestinas seria
feita em 60 dias, de acordo com
Abreu Filho. Durante esses dois
meses, os 68 policiais militares
alocados na SPTrans e os 65 homens da assessoria militar da prefeitura atuariam em conjunto.
Eventualmente, disse o secretário, grupamentos especiais como
a Rota (Ronda Ostensiva Tobias
Aguiar) e o batalhão de choque
poderiam ser liberados para ações
"especiais" contra os perueiros.
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