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SKINHEADS
Acusados voltam a plenário em 26 de março
Juiz suspende o julgamento, após 13 horas, por "ineficiência da defesa"
ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O julgamento de dois skinheads
acusados de espancar até a morte
o adestrador de cães Edson Neris
da Silva, em fevereiro de 2000, foi
suspenso na madrugada de ontem devido à "ineficiência da defesa da ré" Regina Saran, 23, segundo determinou o juiz Luís
Fernando Camargo Vidal.
Os trabalhos já duravam mais
de 13 horas quando a decisão foi
tomada, por volta das 4h30.
O advogado de Regina, Aloísio
Sebastião de Lima, não teria feito
nenhuma defesa de uma das acusações, a tentativa de homicídio
de Dario Pereira Netto.
Na noite do crime, Netto andava de mãos dadas com Neris na
praça da República quando encontraram um grupo de 18 skinheads. Regina e o outro réu, Roberto Fernando Gros Dias, 21, respondem também por homicídio
triplamente qualificado e formação de quadrilha.
Dias também não recebeu sentença, pois "haveria prejuízo
diante da dissolução do conselho
de sentença [jurados"".
Eles devem ir a plenário no dia
26 de março, com Davi Alves dos
Santos e Wanderlei Cardoso de
Sá, outros envolvidos no caso.
"Se não falei nada sobre a tentativa de homicídio foi porque iria
deixar para a tréplica. Era uma estratégia. A decisão menospreza a
classe dos advogados e os jurados
presentes", disse Lima.
Segundo a OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil), ele já participou de mais de 40 júris e já foi
conselheiro suplente da Ordem
de 1988 a dezembro de 2000. "Vamos ouvir as duas partes e descobrir o que de fato aconteceu", afirmou Carlos Miguel Aidar, presidente da seção São Paulo da OAB.
O promotor Marcelo Milani,
responsável pelo caso, elogiou a
decisão do juiz. "Não houve defesa, todo mundo viu."
A medida agradou até mesmo
às ONGs de defesa das minorias
que assistiam ao julgamento.
"Achamos esdrúxula a defesa da
ré. Isso [a suspensão do julgamento" mostra a retidão adotada
no caso", disse Beto de Jesus, presidente da Associação da Parada
do Orgulho GLBT (gays, lésbicas,
bissexuais e transgêneros).
Lima pediu que a OAB designe
um advogado para defender Regina no dia 26. Segundo Aidar,
conforme o resultado das investigações, o advogado pode até perder sua carteira da Ordem.
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