|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DENGUE
Em São Paulo, está em estudo uma forma legal de entrar em imóveis fechados; lei em Santos permite derrubar muro
Prefeitura planeja "invasões" contra o Aedes
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo estuda formas de poder entrar "legalmente" nos terrenos murados e
casas fechadas. Quintais e calhas
de moradias sem uso podem esconder focos do mosquito transmissor da dengue, dizem técnicos
da Secretaria da Saúde.
Em Santos, uma lei aprovada na
semana passada e em fase de regulamentação permite que a prefeitura derrube o muro para fiscalizar terrenos e casas fechadas.
Pelos dados do censo IBGE de
2000, a cidade de São Paulo tem
420 mil imóveis vagos, entre casas
e apartamentos -a grande maioria para alugar ou vender-, sem
contar os terrenos baldios.
Para entrar nos imóveis sem a
presença do morador ou ordem
do proprietário, a prefeitura precisa de uma autorização judicial.
Eduardo Jorge, secretário municipal da Saúde, diz que a Secretaria
dos Negócios Jurídicos estuda
uma forma de agilizar os mandados judiciais para esses casos.
Outra idéia em estudo é fazer
parcerias com os sindicatos que
reúnem as imobiliárias. "Eles ficariam responsáveis pela limpeza
do terreno e do imóvel que estivessem alugando ou vendendo."
A cidade de São Paulo tem 371
casos registrados de dengue, com
apenas dez adquiridos na cidade e
nenhum caso hemorrágico. Santos tem 539 casos, 421 deles locais.
Ontem, foi confirmado o primeiro caso da forma hemorrágica da
doença na cidade.
Além de multas por abandono e
sujeira em imóveis, Santos estabeleceu prêmios semanais de R$ 300
por casa sorteada onde todos os
cuidados tenham sido tomados
para evitar o mosquito. Vizinhos
de cada lado recebem R$ 100, desde que tenham feito o mesmo.
Em São Paulo, uma lei pune
com multa de R$ 180 a R$ 720 o
morador que, depois de notificado, não retirar garrafas vazias ou
vasilhames que possam acumular
água. "Nos 15 locais notificados
onde estive, os proprietários tomaram as providências e não foram multados", diz o secretário.
Oferta cubana
Em Havana, num discurso na
noite de segunda, o presidente Fidel Castro ofereceu ajuda ao Brasil no combate à epidemia de dengue. João Yunes, diretor da Faculdade de Saúde Pública da USP,
disse que Cuba ajudou o Brasil na
epidemia de 1987.
Na época, o atual secretário da
Saúde cubano, Carlos Dotres, esteve no Brasil. "Os cubanos tinham aprendido muito com a
epidemia de 1981 que atingiu 344
mil pessoas, com 10.312 casos do
tipo hemorrágico e 158 mortos",
disse Yunes. "Hoje, o Brasil já sabe o suficiente sobre a doença."
Texto Anterior: Educação: Fiam vai se tornar novo centro universitário de SP, diz ministro Próximo Texto: Rio pode bater hoje recorde de mortes Índice
|