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SEGURANÇA
Policial é investigado por sumiço de 340 kg de cocaína, ocorrido em 1999; na época, traficante foi liberada
Furto de droga derruba delegado após 5 anos
CAROLINA FARIAS
FERNANDA BASSETTE
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
Após cinco anos, o delegado Ricardo de Lima, 51, um dos apontados como responsáveis pelo sumiço de 340 kg de cocaína do prédio do IML (Instituto Médico Legal) de Campinas (95 km de São
Paulo), em 31 de janeiro de 1999,
foi exonerado ontem da Polícia
Civil do Estado pelo governador
Geraldo Alckmin (PSDB).
O furto da cocaína, avaliada em
R$ 400 mil, ocorreu no dia 26 de
janeiro, seis dias após a apreensão
da droga em uma chácara em Indaiatuba (a 102 km de SP).
O IML funciona em um prédio
do complexo da cúpula da Polícia
de Campinas, onde ficava o Departamento de Polícia Judiciária
do Interior, a Delegacia Seccional
e os departamentos de Investigações Gerais, de Roubo a Carros
Patrimônio e de Homicídios.
Parecer jurídico
A decisão, segundo a Secretaria
do Estado de Segurança Pública,
foi amparada em um parecer da
assessoria jurídica do Palácio dos
Bandeirantes. Segundo a secretaria, dois pontos foram destacados
pela assessoria jurídica do governador: o fato de Lima ser, na ocasião, o delegado titular da Dise
(Delegacia de Investigações sobre
Entorpecentes) e o responsável
pela apreensão; e a dispensa de
Sônia Aparecida Rossi, a Maria do
Pó, uma das principais traficantes
de São Paulo, que foi detida com a
droga na época e liberada pelo delegado sem explicações.
Lima já havia sido detido por
pelo menos 30 dias, em novembro de 99, a pedido de membros
da CPI do Narcotráfico. Ele era
acusado de formação de quadrilha, corrupção e envolvimento
com o narcotráfico.
Após sua prisão, Lima continuou na polícia, mas foi transferido para o 12º Distrito Policial de
Campinas.
Lima responde, desde 1999, a
um inquérito que já tem 27 volumes, no Ministério Público Estadual. Segundo o Gaerco (Grupo
de Atuação Especial Regional de
Combate ao Crime Organizado),
da Promotoria de Campinas, o
processo ainda não foi concluído.
Outro lado
O advogado de Lima, Alfredo Zarins Filho, 60, afirmou ontem que
vai recorrer tanto na esfera administrativa quanto na judiciária.
"Meu cliente é inocente e já provou como delegado que atuou
corretamente", afirmou.
Para ele, o governador não teria
sido informado sobre a totalidade
das apurações que tramitam na
Corregedoria da Polícia Civil, que
inocentou o delegado.
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