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BNDES terá nova linha de crédito para universidades
Financiamento deverá ser liberado para escola nota 3 ou maior em avaliação do MEC
Recursos não poderão ser usados como capital de giro ou socorro financeiro às instituições privadas, como cobrava entidade do setor
MÁRCIO PINHO
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
O BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) informou ontem
que criará uma nova linha de financiamento exclusiva para
instituições de ensino superior,
públicas e privadas.
A Folha revelou que o setor
de ensino superior privado havia pedido ao banco um programa de financiamento, com verba pública, para diminuir os
efeitos da crise econômica.
Contudo, o principal objetivo do setor, que era poder usar
recursos do BNDES como capital de giro (manutenção dos
cursos), não deverá ser atendido, de acordo com a assessoria
de imprensa do banco.
Os financiamentos visarão
investimento (ampliações e
aquisição de equipamentos,
por exemplo) e não socorro financeiro (como dinheiro para
pagamento de salários).
A nova linha será específica
para instituições de ensino superior. Hoje, as universidades
já podem fazer financiamentos, mas via departamento de
comércio do banco, sendo tratadas como empresas de qualquer outro ramo de serviços.
A nova linha ampliará a possibilidade da cobertura dos
projetos, dos atuais 60% do total a ser investido para 80%. Os
juros também serão mais baixos, afirma o banco, que disse
não ter os valores exatos, pois a
proposta não está concluída.
Outra mudança está na contrapartida para a liberação dos
recursos. Além da análise da
condição financeira da instituição, será avaliada a qualidade
do ensino oferecido pela escola, balizada por critérios do Ministério da Educação.
Segundo a Folha apurou, os
créditos serão liberados para
instituições com IGC (indicador do MEC que avalia graduação e pós-graduação da instituição) nota 3 ou superior (a
escala vai de 1 a 5).
De acordo com a última avaliação do ministério, 860 instituições estão nessa faixa (51%
das escolas avaliadas).
As instituições com nota inferior a 3 terão de detalhar o
projeto a ser financiado. A intenção do MEC é que a verba
não seja desviada do seu fim.
Hermes Figueiredo, um dos
representantes do Fórum das
Entidades Representativas do
Ensino Superior Particular,
disse que a entidade não foi informada da posição do BNDES.
Pelas informações dadas pela reportagem, afirmou ele, a
proposta do banco não difere
muito do que já é oferecido às
universidades. "Já conseguimos empréstimos que cobriam
até 90% do valor total do investimento, via MEC. O que precisamos é de capital de giro."
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