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Agenda de Beira-Mar abre nova
crise entre PF e promotores do Rio
PEDRO DANTAS
DA SUCURSAL DO RIO
Uma agenda supostamente pertencente a Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar,
abriu nova crise entre a Polícia Federal, promotores e policiais do
Estado do Rio, que viajaram à Colômbia em busca de informações
sobre o traficante.
O chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF, Getúlio Bezerra, criticou a divulgação
de dados da agenda que o Exército colombiano apreendeu com a
mulher de Beira-Mar, Jaqueline
Alcântara Moraes, em 11 de fevereiro. "O prejuízo para a investigação é incalculável", disse Bezerra, para quem o teor da agenda foi
divulgado por promotores e policiais fluminenses.
O delegado afirmou que recebeu a agenda após a apreensão e
que investigava em sigilo os nomes de traficantes, empresários e
políticos anotados pelo traficante.
Segundo ele, a PF tem ajudado o
Exército colombiano a localizar a
quadrilha de Beira-Mar.
O secretário de Segurança Pública do Rio, Josias Quintal, rebateu as críticas. "A PF tem sido morosa. A polícia colombiana só
soube quem era Beira-Mar após
nossa primeira visita àquele país.
Ele estava criando um império
nas nossas barbas, e as autoridades competentes nada fizeram."
A agenda registraria informações sobre a contabilidade de Beira-Mar e detalharia operações de
troca de armas por cocaína.
"Esta agenda está agora nas
mãos certas do Ministério Público. Gostaria de saber qual é a desconfiança do delegado", disse a
promotora da 3ª Central de Inquérito, Márcia Velasco.
A missão dos promotores foi
definida após Quintal ter lido na
Folha, no dia 14, o comandante da
4ª Divisão do Exército colombiano, general Arcesio Barrero, dizer
que a prisão de Beira-Mar ocorreria em "dois ou três dias".
No dia 17, dois policiais, um delegado e três promotores viajaram para a Colômbia a fim de se
encontrar com Barrero.
Na ocasião, Bezerra lamentou a
viagem dos promotores. "Estão
fazendo de Beira-Mar um troféu.
Ele é um cachorro morto onde todos querem sentar em cima para
tirar fotografias.", afirmou ele.
Essa foi a segunda missão do
governo do Rio em busca de Beira-Mar na Colômbia que causa
atrito entre o Estado e a PF.
Em outubro, Quintal, o subsecretário Lenine de Freitas e Márcia Velasco foram à Colômbia
sem informar à PF. Quase foram
barrados no aeroporto de Bogotá
porque não se vacinaram contra
febre amarela.
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