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São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2003

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Noivado real causou polêmica

CLÁUDIA TREVISAN
EDITORA-ADJUNTA DE BRASIL

Antes de se casar com o herdeiro do trono holandês e adquirir o título de princesa de Orange, a argentina Máxima Zorreguieta teve de superar a resistência do Parlamento do país, provocada não por sua condição de plebéia latino-americana, mas pela participação de seu pai, Jorge Zorreguieta, no regime de Jorge Videla (1976-81), um dos mais sangrentos da ditadura militar argentina.
Os legisladores holandeses se preocupavam com a possibilidade de vir a ter uma rainha cujas convicções democráticas pudessem ser questionadas. Depois de meses de discussão, o Parlamento acabou aprovando a união. Entre as condições impostas, estava a ausência dos pais de Máxima na cerimônia de casamento, realizada em 2 de fevereiro de 2002.
Além de não ter podido assistir ao casamento da filha, o pai de Máxima, que foi ministro da Agricultura de Videla, está proibido de participar de cerimônias oficiais na Holanda. Com base em investigações, o governo holandês concluiu que seria impossível que Zorreguieta ignorasse as violações aos direitos humanos cometidos no regime de Videla, durante o qual milhares de argentinos desapareceram.
A história de Máxima, 31, se diferencia das de outras princesas européias não apenas pela ascendência. Formada em economia, ela viveu de 1996 a 2000 em Nova York, onde trabalhou nos bancos HSBC, Dresdner e Deutsch.
O encontro entre a plebéia e o príncipe aconteceu de maneira casual em 1999, numa festa em Sevilha, Espanha, onde ela passava férias. Willem-Alexander a tirou para dançar, sem que a argentina tivesse idéia de quem se tratava.
Os dois trocaram telefones. Em maio de 2000, Máxima passou a trabalhar em Bruxelas, no escritório de representação do Deutsch Bank na União Européia. Deixou o emprego em abril de 2001, um mês após o anúncio do noivado.


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