|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Noivado real causou polêmica
CLÁUDIA TREVISAN
EDITORA-ADJUNTA DE BRASIL
Antes de se casar com o herdeiro do trono holandês e adquirir o
título de princesa de Orange, a argentina Máxima Zorreguieta teve
de superar a resistência do Parlamento do país, provocada não
por sua condição de plebéia latino-americana, mas pela participação de seu pai, Jorge Zorreguieta, no regime de Jorge Videla
(1976-81), um dos mais sangrentos da ditadura militar argentina.
Os legisladores holandeses se
preocupavam com a possibilidade de vir a ter uma rainha cujas
convicções democráticas pudessem ser questionadas. Depois de
meses de discussão, o Parlamento
acabou aprovando a união. Entre
as condições impostas, estava a
ausência dos pais de Máxima na
cerimônia de casamento, realizada em 2 de fevereiro de 2002.
Além de não ter podido assistir
ao casamento da filha, o pai de
Máxima, que foi ministro da
Agricultura de Videla, está proibido de participar de cerimônias
oficiais na Holanda. Com base em
investigações, o governo holandês concluiu que seria impossível
que Zorreguieta ignorasse as violações aos direitos humanos cometidos no regime de Videla, durante o qual milhares de argentinos desapareceram.
A história de Máxima, 31, se diferencia das de outras princesas
européias não apenas pela ascendência. Formada em economia,
ela viveu de 1996 a 2000 em Nova
York, onde trabalhou nos bancos
HSBC, Dresdner e Deutsch.
O encontro entre a plebéia e o
príncipe aconteceu de maneira
casual em 1999, numa festa em Sevilha, Espanha, onde ela passava
férias. Willem-Alexander a tirou
para dançar, sem que a argentina
tivesse idéia de quem se tratava.
Os dois trocaram telefones. Em
maio de 2000, Máxima passou a
trabalhar em Bruxelas, no escritório de representação do Deutsch
Bank na União Européia. Deixou
o emprego em abril de 2001, um
mês após o anúncio do noivado.
Texto Anterior: Perto da realeza: Em passeio com rainha, Marta recebe vaias Próximo Texto: Panorâmica - Educação: Lei prevê estudos sobre trânsito em escolas de SP Índice
|