São Paulo, sábado, 27 de março de 2010

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Provas colhidas pela perícia foram fundamentais, diz promotor

DA REPORTAGEM LOCAL

Após o anúncio da sentença, o promotor Francisco Cembranelli disse, em entrevista coletiva, que as provas colhidas pela polícia científica foram cruciais para o resultado do julgamento.
"É difícil trabalhar num caso onde não há testemunhas presenciais. A qualidade do trabalho feito pela perícia mostrou que o resultado não foi conseguido à toa. Com isso, os jurados, apesar de cansados, puderam julgar de maneira eficiente", declarou ele, que afirmou ter considerado "adequada" a pena anunciada pelo juiz.
A exaustão dos jurados era evidente no último dia do julgamento, marcado também por crises de choro de pessoas ligadas aos acusados e à vítima.
Durante a fase de debates entre o advogado de defesa, a ré Anna Carolina Jatobá precisou ser retirada do plenário em pelo menos duas ocasiões, porque não parava de chorar e dizia estar passando mal.
O advogado de defesa Roberto Podval também chegou a chorar, quando concluiu sua explanação citando Chico Xavier para pedir que o júri não prejulgasse o casal: "Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas todos nós podemos fazer um novo final."
A avó materna de Isabella, Rosa Oliveira, teve de ser amparada pelo marido, José Arcanjo, depois de ouvir que Jatobá costumava chamar sua filha, mãe da garota, de "vagabunda".
Ela chorava tanto que chegou a soluçar quando o promotor Cembranelli citou que Isabella era bastante voluntariosa e tinha cuidado com o irmão caçula, filho de Jatobá e Nardoni.
Ana Carolina Oliveira, mãe da vítima, não compareceu ao fórum. Familiares relataram que ela não tinha condições psicológicas de assistir ao julgamento depois de ficar, a pedido da defesa dos réus, trancada, isolada e incomunicável no Fórum da Barra Funda. A mãe de Isabella era uma das testemunhas de acusação e a defesa cogitava pedir uma acareação entre ela e os réus.

Desgaste
Orientados pelo juiz Maurício Fossen, os jurados expressavam poucas reações, ao contrário do que ocorrera em outras duas vezes durante a semana, quando uma das juradas chegou a se emocionar ao ver imagens do corpo de Isabella.
Alterando o tom de voz, que às vezes chegava a ser um sussurro aos jurados, Podval gesticulava, apontava as maquetes e vez ou outra falava diretamente ao Cembranelli.
O advogado criticou o fato de a acusação ter tentado mostrar Anna Jatobá como uma "coitadinha, triste, deprimida". "O que fizeram com ela ontem foi mal-da-de, foi cru-el-da-de", disse, pausadamente.


Colaboraram MÁRCIO PINHO , da Reportagem Local, o "Agora" e a Folha Online


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