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Provas colhidas pela perícia foram fundamentais, diz promotor
DA REPORTAGEM LOCAL
Após o anúncio da sentença,
o promotor Francisco Cembranelli disse, em entrevista coletiva, que as provas colhidas pela
polícia científica foram cruciais
para o resultado do julgamento.
"É difícil trabalhar num caso
onde não há testemunhas presenciais. A qualidade do trabalho feito pela perícia mostrou
que o resultado não foi conseguido à toa. Com isso, os jurados, apesar de cansados, puderam julgar de maneira eficiente", declarou ele, que afirmou
ter considerado "adequada" a
pena anunciada pelo juiz.
A exaustão dos jurados era
evidente no último dia do julgamento, marcado também por
crises de choro de pessoas ligadas aos acusados e à vítima.
Durante a fase de debates entre o advogado de defesa, a ré
Anna Carolina Jatobá precisou
ser retirada do plenário em pelo menos duas ocasiões, porque
não parava de chorar e dizia estar passando mal.
O advogado de defesa Roberto Podval também chegou a
chorar, quando concluiu sua
explanação citando Chico Xavier para pedir que o júri não
prejulgasse o casal: "Ninguém
pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas todos nós podemos fazer um novo final."
A avó materna de Isabella,
Rosa Oliveira, teve de ser amparada pelo marido, José Arcanjo, depois de ouvir que Jatobá costumava chamar sua filha,
mãe da garota, de "vagabunda".
Ela chorava tanto que chegou
a soluçar quando o promotor
Cembranelli citou que Isabella
era bastante voluntariosa e tinha cuidado com o irmão caçula, filho de Jatobá e Nardoni.
Ana Carolina Oliveira, mãe
da vítima, não compareceu ao
fórum. Familiares relataram
que ela não tinha condições
psicológicas de assistir ao julgamento depois de ficar, a pedido
da defesa dos réus, trancada,
isolada e incomunicável no Fórum da Barra Funda. A mãe de
Isabella era uma das testemunhas de acusação e a defesa cogitava pedir uma acareação entre ela e os réus.
Desgaste
Orientados pelo juiz Maurício Fossen, os jurados expressavam poucas reações, ao contrário do que ocorrera em outras duas vezes durante a semana, quando uma das juradas
chegou a se emocionar ao ver
imagens do corpo de Isabella.
Alterando o tom de voz, que
às vezes chegava a ser um sussurro aos jurados, Podval gesticulava, apontava as maquetes e
vez ou outra falava diretamente
ao Cembranelli.
O advogado criticou o fato de
a acusação ter tentado mostrar
Anna Jatobá como uma "coitadinha, triste, deprimida". "O
que fizeram com ela ontem foi
mal-da-de, foi cru-el-da-de",
disse, pausadamente.
Colaboraram MÁRCIO PINHO , da Reportagem
Local, o "Agora" e a Folha Online
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