DA REPORTAGEM LOCAL

Para especialistas, a retirada do agressor de dentro de casa é uma medida que deve auxiliar no combate e na prevenção da violência doméstica e aumentar o número de denúncias de agressão.
"É uma vitória. Tenho certeza de que vai aumentar o número de denúncias. As mulheres têm medo de denunciar porque o marido vai preso, mas logo volta e a espanca de novo", diz a ginecologista e obstetra do Coletivo Feminista de Sexualidade e Saúde, Sandra Dircinha Teixeira de Araújo.
Segundo Sandra, fora do ambiente de violência a mulher tem mais condições de se manter e de sustentar a família.
Para o psicólogo e professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) Nelson Silva Filho, toda medida que possa proteger a criança e a mulher é válida, mas deve ser aplicada com cautela.
"A violência não deve ser vista como uma questão simplificada. É importante que o agressor também seja tratado, e não simplesmente retirado de casa. Senão vamos acabar construindo depósitos de gente e famílias abandonadas", diz o psicólogo.
Para a psicóloga e coordenadora do Centro de Referência às Vítimas de Violência do Instituto Sedes Sapientiae, Dalka Ferrari, a medida é eficaz porque leva a lei de uma forma mais rápida para dentro da família e porque impede que a vítima seja novamente punida, com um possível afastamento da família.
"O pai sempre representa a lei na família. Quando o pai agride, a lei desaparece. Com a intervenção da justiça, a lei reaparece e organiza os papéis sociais e as funções dentro da família", diz.
De acordo com o advogado especializado em direito da família, Rui Celso Reali Fragoso, a medida vai auxiliar no controle da agressividade doméstica e preservar a integridade física de mulheres e crianças em casa.
"A coação física muitas vezes inibe a pessoa de procurar seus direitos. Ela fica com medo porque é ameaçada. A medida auxilia o exercício da cidadania", diz. (MELISSA DINIZ)

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