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ADMINISTRAÇÃO
Tendência entre integrantes do diretório estadual é optar por medida mais branda para evitar uso eleitoral do caso
PT recua e apressa punição "light" a Giannazi
JOÃO CARLOS SILVA
PALOMA COTES
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT recuou e vai apressar a decisão para atenuar a punição ao
vereador Carlos Giannazi, expulso do partido por decisão do diretório municipal na semana passada. Os dirigentes do partido tinham cogitado engavetar a discussão sobre o caso até dezembro
para não resvalar em candidaturas de petistas.
A disposição de julgar a questão
agora é uma mudança em relação
à intenção dos petistas na semana
passada. A mudança ocorreu
após um "sinal verde" dado pelo
governo Marta Suplicy (PT) à
proposta de aplicar uma punição
mais branda ao parlamentar.
O recuo tem o objetivo de evitar
estragos às campanhas de Luiz
Inácio Lula da Silva e de José Genoino, segundo a Folha apurou.
Com o sinal verde, a tendência
entre os integrantes do Diretório
Estadual do PT é revogar na próxima semana a expulsão, decidida
pela esfera municipal do partido.
A idéia é punir o vereador com
uma suspensão de um ano. Giannazi foi expulso por ter desacatado decisão do PT e votado contra
um projeto de Marta que incluiu
novos gastos nos 30% do orçamento destinados à educação.
Na ocasião, os próprios petistas
admitiram que o caso, que envolveu até confronto entre petistas,
poderia atingir Lula e Genoino, se
usado por adversários.
Giannazi entrou anteontem
com um recurso na esfera estadual do PT contra a decisão do diretório municipal. Ontem, Paulo
Frateschi, presidente do diretório
estadual, já discutia com petistas a
possibilidade de o julgamento começar na terça-feira. Assim, a decisão final pode sair ainda na próxima semana.
"O pessoal aqui [em um encontro do PT em Franca" estava me
convencendo de que isso é o melhor [a fazer" agora", disse.
As negociações de petistas para
mudar a punição de Giannazi envolvem a discussão de detalhes
"políticos" com o Diretório Municipal do PT e com Giannazi.
"O pessoal [do diretório municipal" tem muita boa vontade",
disse Frateschi sobre as conversas
que está tendo com representantes do PT no município.
No caso do vereador, será pedida uma "trégua" em relação às
críticas que ele faz ao governo.
Ontem, porém, ele não deu sinais de que pode aceitar um acordo. "Não tenho que ceder. Tenho uma crítica à política educacional
adotada pela prefeita Marta Suplicy. Essa política não representa
o que o PT defende. Sou contra, publicamente, essa política."
Essa posição inflexível do vereador foi apontada como o motivo
de ele ter sido expulso do PT, pois a intenção inicial da esfera municipal do partido também era a de apenas suspendê-lo.
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