São Paulo, sábado, 27 de abril de 2002

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ADMINISTRAÇÃO

Tendência entre integrantes do diretório estadual é optar por medida mais branda para evitar uso eleitoral do caso

PT recua e apressa punição "light" a Giannazi

JOÃO CARLOS SILVA
PALOMA COTES

DA REPORTAGEM LOCAL

O PT recuou e vai apressar a decisão para atenuar a punição ao vereador Carlos Giannazi, expulso do partido por decisão do diretório municipal na semana passada. Os dirigentes do partido tinham cogitado engavetar a discussão sobre o caso até dezembro para não resvalar em candidaturas de petistas.
A disposição de julgar a questão agora é uma mudança em relação à intenção dos petistas na semana passada. A mudança ocorreu após um "sinal verde" dado pelo governo Marta Suplicy (PT) à proposta de aplicar uma punição mais branda ao parlamentar.
O recuo tem o objetivo de evitar estragos às campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva e de José Genoino, segundo a Folha apurou.
Com o sinal verde, a tendência entre os integrantes do Diretório Estadual do PT é revogar na próxima semana a expulsão, decidida pela esfera municipal do partido.
A idéia é punir o vereador com uma suspensão de um ano. Giannazi foi expulso por ter desacatado decisão do PT e votado contra um projeto de Marta que incluiu novos gastos nos 30% do orçamento destinados à educação.
Na ocasião, os próprios petistas admitiram que o caso, que envolveu até confronto entre petistas, poderia atingir Lula e Genoino, se usado por adversários.
Giannazi entrou anteontem com um recurso na esfera estadual do PT contra a decisão do diretório municipal. Ontem, Paulo Frateschi, presidente do diretório estadual, já discutia com petistas a possibilidade de o julgamento começar na terça-feira. Assim, a decisão final pode sair ainda na próxima semana.
"O pessoal aqui [em um encontro do PT em Franca" estava me convencendo de que isso é o melhor [a fazer" agora", disse.
As negociações de petistas para mudar a punição de Giannazi envolvem a discussão de detalhes "políticos" com o Diretório Municipal do PT e com Giannazi.
"O pessoal [do diretório municipal" tem muita boa vontade", disse Frateschi sobre as conversas que está tendo com representantes do PT no município.
No caso do vereador, será pedida uma "trégua" em relação às críticas que ele faz ao governo.
Ontem, porém, ele não deu sinais de que pode aceitar um acordo. "Não tenho que ceder. Tenho uma crítica à política educacional adotada pela prefeita Marta Suplicy. Essa política não representa o que o PT defende. Sou contra, publicamente, essa política."
Essa posição inflexível do vereador foi apontada como o motivo de ele ter sido expulso do PT, pois a intenção inicial da esfera municipal do partido também era a de apenas suspendê-lo.



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