São Paulo, sábado, 27 de abril de 2002

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POLUIÇÃO

Na semana que passou, calor, falta de ventos e estiagem provocaram o aumento progressivo de poluentes atmosféricos

Frente fria deve melhorar qualidade do ar

DA REPORTAGEM LOCAL

A chegada de uma frente fria deve fazer a qualidade do ar melhorar a partir de hoje na capital. Durante a semana que passou, o calor, a falta de ventos e a estiagem típica de outono provocaram o aumento progressivo de poluentes na atmosfera.
A tendência, informam a Cetesb e meteorologistas, é que as condições de dispersão de poluentes melhorem hoje, com a diminuição das temperaturas e a previsão de chuva moderada à tarde.
A situação, entretanto, deve voltar a complicar no início da próxima semana, no que pode vir a ser o outono mais quente dos últimos 60 anos na cidade.
"As temperaturas voltam a subir no domingo [amanhã" à tarde, quando a frente fria se dirige para o oceano", diz o meteorologista Edson Borges, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Ontem nenhuma das 29 estações de medição da Cetesb (agência ambiental do governo paulista) espalhadas pela cidade de São Paulo, região metropolitana, ABC e interior do Estado marcou a qualidade do ar como "boa".
A inversão térmica (camada de ar quente que impede a dispersão dos poluentes) também ficou sete metros abaixo do nível considerado adequado. Quando está a menos de 200 metros da superfície, a inversão já é considerada preocupante para a saúde da população.
O ozônio (O3) foi o principal poluente a ultrapassar os padrões. Por causa dele, a qualidade do ar recebeu a pior classificação ("má") em Santana (zona norte de SP), no Ibirapuera (zona sul) e em Diadema (ABC). O poluente foi além do limite também em São Caetano (ABC), que teve o ar classificado como inadequado.
O ozônio na atmosfera (não o da camada de ozônio) pode causar ou piorar quadros de sinusite, rinite, faringite etc. Ele se forma a partir de outros poluentes emitidos, em sua maioria, pelos automóveis. As maiores concentrações são registradas em dias com poucos ventos e muito sol, como o de ontem.
Material particulado (poeira, por exemplo) em excesso foi a causa da qualidade inadequada do ar em Osasco (Grande SP) e Cubatão (Baixada Santista).
Estudo da Faculdade de Medicina da USP feito entre 1992 e 1993 mostrou que 17% das internações de crianças por problemas respiratórios se deviam às partículas inaláveis. Outras pesquisas mostraram que elas são mais determinantes para o aumento da mortalidade entre idosos no inverno.


Colaborou a Folha Online

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