São Paulo, sábado, 27 de abril de 2002

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SISTEMA PRISIONAL

Carcereiro é afastado porque teria dormido

Detento acusado de atentado é morto dentro de cela em Ribeirão

MARCOS SERGIO SILVA
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO

O preso João Paulo Alves Silva, o Joãozinho, 21, foi morto ontem de madrugada na cela 3 do anexo do 1º DP de Ribeirão Preto (314 km de SP) de forma misteriosa: a cela não foi arrombada, o carcereiro estaria dormindo na hora do crime, o cadeado foi trocado e o portão dos fundos não tinha tranca. A polícia achou o corpo às 7h, cinco ou seis horas após o crime.
Um carcereiro foi afastado. Na cela, foi escrito com sangue "1533", o que significa PCC (Primeiro Comando da Capital) pela ordem das letras no alfabeto.
Suspeito de participar do atentado à casa do delegado Paulo Pereira de Paula, da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), João Paulo foi detido na última quarta.
Há a suspeita de ligação entre a morte e a delação de Reginaldo Camperolli Júnior, 21, e Asdrubal Pereira Marques, 27, suspeitos do atentado presos anteontem. O advogado Joanin Del Santi, 43, que teria sido pressionado por não defender João Paulo, foi morto com cerca de 30 tiros na quarta.
Mesmo com reforço policial após ameaças anônimas, nem os policiais convocados nem os quatro do plantão ouviram o crime.
A polícia diz que o carcereiro Antônio Carlos Martins dormia na hora da morte e que os assassinos teriam entrado pelos fundos. Segundo o boletim de ocorrência, o cadeado da cela 3 foi trocado pelo do portão 4, de acesso aos fundos. No boletim, Martins admite que o portão estava sem cadeado.
João Paulo recebeu três golpes no pescoço e um nas costas de facão, podão ou machadinha. Martins e o delegado da DIG não quiseram comentar o assunto.



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