|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MINAS
Quatro das vítimas eram parentes
Homem mata 4, atira em bebê e se suicida
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM BELO HORIZONTE
Uma chacina ocorrida na manhã de ontem em Monte Carmelo, na região do Alto Paranaíba mineiro, deixou um saldo de cinco mortos e uma criança ferida.
O instrutor de auto-escola Cláudio Mázio Matias, 31, é acusado
de ter matado a tiros a ex-mulher,
um cunhado, a concunhada e a
amante, além de atirar no filho de
dois anos. Após os assassinatos,
Matias se suicidou com um disparo contra a cabeça.
Por volta das 7h30, vizinhos ouviram o barulho de tiros e pedidos
de socorro vindos da casa de Carlos Alberto Thomas Rocha, 39,
cunhado do instrutor, e acionaram a Polícia Militar da cidade.
Pouco depois, quando um carro
policial chegou à casa, foi recebido no portão por Matias, que fez
três disparos contra os policiais,
que revidaram.
O instrutor ainda tentou fugir,
mas, ao entrar novamente na casa, efetuou um tiro contra a própria cabeça. No local estavam os
corpos da ex-mulher de Matias,
Márcia Ruber Marcelo Barbosa,
36, do cunhado do instrutor e da
mulher dele, Rosa Ioco Sugwara,
38. Todos foram mortos a tiros.
O filho do instrutor, Rubens
Castalone Barbosa Matias, um
bebê de dois anos, levou um tiro
na perna direita.
Fora da casa, os policiais ainda
encontraram, dentro de um carro, o corpo de Adélia Maria das
Chagas, 24, suposta amante de
Matias. O instrutor ainda tentou
matar a garota Patrícia Ioco Thomas da Rocha, 11, sua sobrinha.
Ao persegui-la, ele deparou-se
com a chegada da polícia. A menina escapou sem ferimentos. O bebê foi medicado e recebeu alta.
Separação
Segundo moradores da cidade
ouvidos pela reportagem, o motivo do crime seria a tentativa frustrada de Matias de se reconciliar
com a ex-mulher. Os dois estavam separados havia cerca de
dois meses.
A sócia de uma oficina de motos
que fica em frente ao local da chacina, Hulba Maria Rosa, 31, disse
que o instrutor vinha ameaçando
a ex-mulher, que foi obrigada a
mudar-se para a casa do irmão.
"Ele sempre foi muito revoltado",
afirmou ela.
Ao chegar para trabalhar, Hulba
escutou os tiros na casa e presenciou a movimentação de Matias.
Febem
Moradores ainda contam que
Matias passou praticamente toda
a sua adolescência em um centro
de recuperação para menores.
O instrutor teria ficado internado dos 10 aos 17 anos. Na delegacia da cidade não há nenhum registro de agressão contra Matias.
Após deixar a Febem, não há
também nenhuma ocorrência
contra ele na PM, segundo informou o cabo Adaílton de Souza.
O crime chocou a pequena cidade de Monte Carmelo. No ano
passado, segundo dados da PM, aconteceram somente seis assassinatos, o mesmo índice de 2000.
Texto Anterior: Trabalhador precoce: País tem meio milhão de crianças e adolescentes no trabalho doméstico Próximo Texto: Sistema prisional: Detento acusado de atentado é morto dentro de cela em Ribeirão Índice
|