São Paulo, sábado, 27 de abril de 2002

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MINAS

Quatro das vítimas eram parentes

Homem mata 4, atira em bebê e se suicida

FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA,

EM BELO HORIZONTE

Uma chacina ocorrida na manhã de ontem em Monte Carmelo, na região do Alto Paranaíba mineiro, deixou um saldo de cinco mortos e uma criança ferida.
O instrutor de auto-escola Cláudio Mázio Matias, 31, é acusado de ter matado a tiros a ex-mulher, um cunhado, a concunhada e a amante, além de atirar no filho de dois anos. Após os assassinatos, Matias se suicidou com um disparo contra a cabeça.
Por volta das 7h30, vizinhos ouviram o barulho de tiros e pedidos de socorro vindos da casa de Carlos Alberto Thomas Rocha, 39, cunhado do instrutor, e acionaram a Polícia Militar da cidade.
Pouco depois, quando um carro policial chegou à casa, foi recebido no portão por Matias, que fez três disparos contra os policiais, que revidaram.
O instrutor ainda tentou fugir, mas, ao entrar novamente na casa, efetuou um tiro contra a própria cabeça. No local estavam os corpos da ex-mulher de Matias, Márcia Ruber Marcelo Barbosa, 36, do cunhado do instrutor e da mulher dele, Rosa Ioco Sugwara, 38. Todos foram mortos a tiros.
O filho do instrutor, Rubens Castalone Barbosa Matias, um bebê de dois anos, levou um tiro na perna direita.
Fora da casa, os policiais ainda encontraram, dentro de um carro, o corpo de Adélia Maria das Chagas, 24, suposta amante de Matias. O instrutor ainda tentou matar a garota Patrícia Ioco Thomas da Rocha, 11, sua sobrinha.
Ao persegui-la, ele deparou-se com a chegada da polícia. A menina escapou sem ferimentos. O bebê foi medicado e recebeu alta.

Separação
Segundo moradores da cidade ouvidos pela reportagem, o motivo do crime seria a tentativa frustrada de Matias de se reconciliar com a ex-mulher. Os dois estavam separados havia cerca de dois meses.
A sócia de uma oficina de motos que fica em frente ao local da chacina, Hulba Maria Rosa, 31, disse que o instrutor vinha ameaçando a ex-mulher, que foi obrigada a mudar-se para a casa do irmão. "Ele sempre foi muito revoltado", afirmou ela.
Ao chegar para trabalhar, Hulba escutou os tiros na casa e presenciou a movimentação de Matias.

Febem
Moradores ainda contam que Matias passou praticamente toda a sua adolescência em um centro de recuperação para menores.
O instrutor teria ficado internado dos 10 aos 17 anos. Na delegacia da cidade não há nenhum registro de agressão contra Matias.
Após deixar a Febem, não há também nenhuma ocorrência contra ele na PM, segundo informou o cabo Adaílton de Souza.
O crime chocou a pequena cidade de Monte Carmelo. No ano passado, segundo dados da PM, aconteceram somente seis assassinatos, o mesmo índice de 2000.



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