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São Paulo, domingo, 27 de abril de 2003

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Estudo avalia efeito na qualidade de vida

DA REPORTAGEM LOCAL

Desde seu boom na década de 60, a terapia hormonal passa por altos e baixos por causa de pesquisas sobre sua eficácia e segurança. Foi no ano passado que a discussão mais esquentou, com o estudo WHI (Women's Health Initiative, veja quadro).
É uma parte dessa pesquisa que volta à discussão, a que investigou o efeito da combinação de hormônios sobre a qualidade de vida.
A avaliação mais recente abrangeu todas as 16,6 mil mulheres que estavam no período pós-menopáusico, no primeiro ano de acompanhamento, e 1.511 mulheres, nos três anos seguintes. Houve uma pequena melhora de dores no corpo e distúrbios de sono entre as mulheres que tomaram estrogênio com progestogênio em comparação às que tomaram placebo, substância inócua. Mas não foram estatisticamente significativas. Não houve efeito significativo na área psicossocial.
"O estudo WHI não foi desenhado para analisar a melhora de qualidade de vida", diz o presidente da Sociedade Brasileira de Climatério, César Eduardo Fernandes. "A maioria das mulheres não apresentava sintomas da menopausa, enquanto, na realidade, 70% apresentam algum sintoma [não necessariamente pertubador]", diz. Para Fernandes, tanto no estudo norte-americano como no brasileiro, realizado no Hospital das Clínicas de São Paulo, deveriam ter investigado mulheres com fogachos (ondas de calor), que costumam ter problemas psicossociais, como irritabilidade, isolamento, disse -idéia refutada na pesquisa do HC.
Segundo o psiquiatra Joel Rennó Júnior, do HC, a maioria dos estudos que mostram benefícios psíquicos da reposição de estrogênio é equivocado por trabalhar com população sintomática, por exemplo -em que uma simples diminuição dos fogachos traria uma suposta melhora psíquica. Na verdade, seria um "efeito dominó" do fim dos fogachos.
A sociedade publicará em breve um consenso sobre as terapias hormonais. Na próxima semana, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deve divulgar novos avisos sobre riscos para as bulas dos hormônios, seguindo linha do FDA (a Anvisa norte-americana). (FL)


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