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São Paulo, domingo, 27 de abril de 2003

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ANTRAZ

Navio egípcio é detido no Canadá após passar pelo Brasil e ter morte suspeita
O navio egípcio Wadi Al Arab, que saiu do Brasil com destino ao Canadá, foi detido anteontem ao chegar ao porto de Halifax, com suspeita de contaminação por antraz. A desconfiança surgiu depois que um dos tripulantes morreu a bordo, enquanto a embarcação estava atracada no Porto Trombetas, no Pará.
O primeiro laudo do IML (Instituto Médico Legal) de Belém apontou fortes indícios de contaminação pela bactéria, comumente usada em armas biológicas, no corpo do imediato (segundo na linha hierárquica, após o comandante) do cargueiro, o egípcio Ibrahim Sayed Ibrahim, morto no último dia 11.
Segundo o documento assinado pelo diretor do IML, Luiz Malcher, o egípcio apresentou forte hemorragia nos pulmões, pâncreas e cérebro, comum em vítimas do antraz. O Instituto Evandro Chagas deverá divulgar o resultado da contraprova do exame no início de maio.
Ibrahim viajou de avião do Cairo para São Paulo, de onde seguiu para Macapá. No Amapá, juntou-se à tripulação. O navio levava um carregamento de bauxita do Pará para uma fábrica da Alcan, no Canadá.
Com o resultado do exame do IML, a Polícia Federal acionou autoridades canadenses.
Segundo o site do jornal canadense "The Globe and Mail", o navio egípcio foi colocado anteontem em quarentena, a cerca de 10 km da costa de Nova Escócia (leste do Canadá), com uma zona de exclusão de 1 km em torno dele. Nenhum tripulante pode deixar o navio, e nenhuma embarcação não-autorizada pode entrar na zona de exclusão.
Ainda não se sabe como Ibrahim teve contato com o antraz. A polícia investiga a hipótese de o egípcio ter recebido uma encomenda no Cairo.
Seu corpo está sendo mantido numa urna de madeira, protegida por uma placa de zinco, no IML de Belém. (DA AGÊNCIA FOLHA)


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