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SAÚDE
Outros sete estabelecimentos foram autuados; ontem entrou em vigor portaria que aumenta fiscalização do setor alimentício
Churrascaria e padaria são interditadas
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois estabelecimentos foram
interditados e outros sete foram
autuados pela Vigilância Sanitária
municipal na primeira blitz com
base na portaria 2.535, que entrou
em vigor ontem e amplia o controle sanitário em empresas de
alimentos da cidade de São Paulo.
A nova lei, que faz parte do processo de municipalização da saúde, assimila grande parte da legislação estadual e inova ao especificar aspectos como o controle de
qualidade da água usada, a separação do lixo orgânico dos dejetos
secos e a presença de um técnico
responsável com treinamento
profissional na área de alimentos.
O texto também avalia de forma
mais rigorosa as condições e o
treinamento de empregados, que
agora têm de estar com unhas
limpas e dentes escovados. O uso
de anéis, brincos e colares por
quem manipula a comida é proibido, assim como falar, assobiar,
cantar ou tossir sobre alimentos.
Os dois pontos interditados -a
churrascaria Aliados, na avenida
Rio Branco (centro), e uma padaria na rua Santa Cruz (zona sul),
cujo nome não foi informado pela
vigilância- foram fechados por
más condições gerais. Na churrascaria, havia fezes e urina de ratos, além de carne crua em contato com outros alimentos.
O proprietário da churrascaria,
Joaquim Rodrigues, disse que o
local, que tem 43 anos, passou recentemente por desratização.
Os donos dos pontos autuados
têm dez dias para apresentar defesa na Vigilância Sanitária municipal. A portaria prevê 14 tipos de
penalidade, entre as quais multas
de R$ 100 a R$ 500 mil.
Equipe pequena
A subgerente em Vigilância de
Alimentos do órgão, Ana Paula
Randi, admite ser impossível fiscalizar nos 70 mil comércios de
alimentos cadastrados se um funcionário está cumprindo as regras. Segundo ela, a vigilância recebe de 30 a 40 denúncias por dia
e tem só 30 fiscais. Por isso, segundo ela, é necessária a presença de
um técnico que faça um trabalho
de conscientização com a equipe.
Nas microempresas, esse técnico pode ser o dono ou alguém indicado por ele, desde que passe
pelo curso de manipulação de alimentos da Vigilância Sanitária.
Para o chef Alex Atala, dono do
sofisticado restaurante D.O.M., a
portaria é "bem intencionada,
mas mal redigida". Ele concorda
com a exigência de que os funcionários não utilizem anéis, colares
e relógios, mas questiona a determinação de que não se pode falar
sobre os alimentos. "Aqui [no
D.O.M.] somos 18 cozinheiros, a
comunicação entre nós é necessária. Nisso, [a portaria] é pouco
adequada à realidade."
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