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OUTRO LADO
Coordenador e ministério apóiam comissão
DA REPORTAGEM LOCAL
Em resposta oficial ao documento que questiona a avaliação dos livros didáticos de
ciências, enviado à Abrale, a secretária de Educação Fundamental do MEC, Maria José
Vieira Feres, defende o processo de análise e diz que seus resultados já foram contestados
na Justiça, sem sucesso.
O coordenador da comissão
que analisa os livros, professor
Nélio Bizzo, notificou extrajudicialmente a associação dos
autores pedindo uma retratação pública, por entender que o
documento enviado ao ministério e publicado no site da
Abrale ataca sua credibilidade e
sua imagem profissional.
O MEC diz que "a avaliação
passa por constantes reformulações", que incluem revisão
dos critérios, dos procedimentos e também dos representantes da comissão e das coordenações de área e institucional.
O documento assinado por Feres diz ainda que as equipes de
avaliadores são formadas por
especialistas conceituados e
respeitados.
Quanto à possibilidade de réplica por parte de autores em
cujos livros foram apontados
erros, Feres lembra que a questão já foi objeto de mandado de
segurança, ao qual foi dado um
parecer dizendo que a avaliação não é um contencioso (disputa), mas um certame (concorrência), portanto, não caberia nenhum recurso. As correções deve ser feitas de uma avaliação para outra, diz o MEC.
Sobre a possibilidade de a
avaliação se transformar num
processo de certificação contínuo, o ministério sustenta que
isso implicaria "desatualizações intransponíveis" para os
alunos, "tendo em vista a velocidade com que as informações
circulam".
Em resposta à notificação encaminhada por Nélio Bizzo, a
Abrale afirmou que não teve
intenção de denegrir a imagem
dele, mas de mostrar a necessidade de ampliar o diálogo entre
autores e avaliadores. Disseram-se dispostos também a
publicar a notificação e a resposta da entidade.
A advogada de Bizzo, Beatriz
de Abreu Dallari Guerreiro,
afirma que uma ação por danos morais é uma alternativa
em estudo, caso não julgue suficiente a atitude da Abrale.
"Mas só em último caso."
Para Bizzo, os autores que
criticam o processo estão "bravos" por terem sido rejeitados e
precisarem devolver os direitos
autorais antecipados pelas editoras -o que os autores negam. Ele diz que, embora não
interfira diretamente no processo, analisa os pareceres da
comissão de avaliação e nunca
viu problemas que não estivessem bem justificados.
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