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Kassab e Serra recuam de pedagiar marginal
Prefeito retirou ontem da Câmara projeto que iria transferir administração das marginais Tietê e Pinheiros ao Estado
Desgaste na implantação de
pedágios dentro da cidade e
a dificuldade em aprovar o
projeto foram os principais
motivos para recuo
EVANDRO SPINELLI
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM, ex-PFL), e
o governador do Estado, José
Serra (PSDB), recuaram e desistiram da implantação de pedágios urbanos nas marginais
Pinheiros e Tietê, na capital.
O projeto que transferia ao
Estado a administração das
duas avenidas e autorizava a
concessão delas à iniciativa privada, com instalação de novas
pistas pedagiadas, foi retirado
ontem da Câmara por Kassab.
Foram dois os motivos que
levaram ao recuo de Serra e
Kassab: o desgaste que eles enfrentariam na implantação de
pedágios dentro da cidade e a
dificuldade que eles encontravam, inclusive na própria base
de sustentação do governo, de
aprovar o projeto na Câmara.
Oficialmente o discurso é
técnico. Um dos motivos é que
não teria sido encontrada uma
equação financeira que permitisse a viabilização do projeto.
Serra afirma que os técnicos,
originalmente, diziam que não
seria necessário reduzir a largura das atuais pistas das marginais -que, pela proposta, seriam mantidas sem cobrança
de tarifa- para a construção de
novas pistas com pedágio.
Porém, os projetos teriam
demonstrado recentemente
que haveria diminuição das faixas atuais. Ou seja, redução de
espaço para quem optasse por
usar a pista não-pedagiada.
"Por enquanto está adiada
porque não se chegou a uma
fórmula de engenharia. Tinham me dito que resolveriam
os problemas, mas chegou na
hora não estava [resolvido]",
declarou Serra ontem.
O governador afirmou, porém, que parte da idéia sairá do
papel com as obras já anunciadas de novas alças de acesso da
Anhangüera, Castello e Dutra
às marginais, na chegada a São
Paulo, e aditamentos contratuais com as concessionárias
das rodovias prevendo que elas
façam a manutenção de alguns
trechos das pistas na capital.
Apesar da desistência de fazer a concessão das marginais,
Kassab ainda tenta viabilizar
um projeto que permita a realização das obras com recursos
da iniciativa privada.
A prioridade de Kassab agora
é aprovar na Câmara um projeto enviado em setembro que
permite a realização de parcerias público-privadas.
A intenção da administração,
de acordo com o líder do governo na Câmara, José Police Neto, o Netinho (PSDB), é fazer a
reforma das marginais em parceria com a iniciativa privada,
mas sem a cobrança de pedágio.
"Pode-se fazer concessão
com pagamento sem ser pelo
pedágio. É isso que está sendo
discutido agora. O pagamento
da obra pode ser feito pelo tesouro municipal", afirmou.
A Câmara aprovou o projeto
ontem em primeira votação
com 36 votos a favor e 7 contra.
A matéria será votada em segundo turno no dia 8.
No total, de acordo com Kassab, a reforma das marginais
custa cerca de R$ 4 bilhões e a
prefeitura não tem condições
de fazer uma obra desse porte
com recursos próprios.
Colaborou DIEGO ZANCHETTA, do "Agora"
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