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Prefeitura faz "plano B" para contratos de coleta de lixo
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
A Prefeitura de São Paulo já
prepara um plano emergencial
de coleta de lixo para o rompimento dos contratos com as
duas empresas que prestam o
serviço na cidade.
O prefeito Gilberto Kassab
(DEM, ex-PFL) disse que a discussão em andamento com as
concessionárias vai resultar
"ou em uma proposta unilateral de cancelamento [dos contratos] ou na renegociação".
Apesar do discurso moderado, o prefeito já decidiu que vai
anular os contratos assinados
com a Loga e a Ecourbis em outubro de 2004 pela então prefeita, Marta Suplicy (PT).
Na ocasião, o candidato do
PSDB, José Serra, disse que
pretendia anular os contratos,
caso vencesse a eleição.
A prefeitura não anulou os
contratos até hoje, segundo a
Folha apurou, porque teme o
caos que pode se instalar no
serviço se não houver um plano
alternativo já preparado.
Em audiência na Câmara
Municipal anteontem, o secretário de Serviços, Dimas Ramalho, confirmou que a prefeitura
prepara um plano alternativo
de coleta de lixo, embora negue
que a decisão pelo rompimento
dos contratos já tenha sido tomada.
"A greve mostrou que precisamos ter um plano B, C, D e E
para todas as situações, inclusive para essa eventualidade de
anular os contratos", disse o secretário, citando a greve dos lixeiros deste mês. Na ocasião, as
cinco empresas que fazem a
varrição das ruas ajudaram a
coletar o lixo domiciliar.
O "plano B" é convencer as
próprias empresas a manter a
operação dos serviços em um
contrato emergencial até que a
nova licitação seja concluída.
Porém, as empresas já deram
a entender ao governo que não
aceitam a contratação emergencial. Também não pretendem demitir os funcionários
nem liberar os caminhões.
Isso porque elas vão recorrer
à Justiça para tentar reverter a
decisão do prefeito e manter o
contrato em vigor. Para isso,
usarão como argumento a liminar obtida pela prefeitura durante a greve que as obrigava a
manter integralmente os serviços previstos em contrato. Para
as empresas, o pedido da prefeitura é uma prova de que o
contrato é válido.
A prefeitura prepara, então,
um "plano C": reforçar com caminhões e funcionários da prefeitura as empresas que cuidam
da varrição das ruas para que
elas façam também a coleta do
lixo domiciliar. As empresas de
varrição trabalhariam por apenas algumas semanas, até que o
contrato emergencial esteja
concluído. Em seguida, a prefeitura faria uma licitação para
contratar empresas que cuidem da coleta por dez anos.
Procuradas, Loga e Ecourbis
não comentaram o assunto ontem, mas contestaram os argumentos do governo durante audiência na Câmara.
(EVANDRO SPINELLI E DIEGO ZANCHETTA)
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