São Paulo, segunda, 27 de abril de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sergipe perde 60% da safra de laranja

da Agência Folha

A seca pode causar a perda de até 60% da produção de laranjas em Sergipe -segundo maior produtor nacional da fruta, atrás somente de São Paulo. A informação é do presidente da Associação dos Citricultores do Estado de Sergipe (Ascise), Manoelito Café Jr.
Segundo Café Jr., a atividade, que, antes da crise, empregava 100 mil pessoas em todo o Estado, deve ter um prejuízo de aproximadamente R$ 38 milhões somente no setor de produção. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Sergipe, o desemprego nessa área já chega a 70%.
A região produtora de frutas cítricas do Estado, composta por 14 municípios que já decretaram estado de emergência por causa da estiagem, não produz laranjas desde dezembro do ano passado.
A Ascise deve enviar na próxima segunda-feira à Secretaria Estadual de Agricultura um pacote de reivindicações. "A região precisa, em caráter emergencial, de poços artesianos. Esta é a principal medida que esperamos do governo no momento", disse Café Jr.
A associação reivindica ainda, a longo prazo, investimentos do governo federal para diversificar a fruticultura na região, baseada na monocultura da laranja.
Piauí
O governador do Piauí, Francisco de Assis Moraes Souza (PMDB), o Mão Santa, disse que é "tradição" o governo federal combater os efeitos da seca, e que a União é a culpada por não repassar recursos e não tomar medidas emergenciais.
"A Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) sempre foi quem cuidou da seca, mas agora ela está débil", disse.
A principal ação do governo do Estado foi encaminhar um plano emergencial ao governo federal, que está distribuindo cerca de 176 mil cestas de alimentos por mês.
Dados desse plano mostram que a seca já atinge 148 municípios no Piauí, sendo que 67 deles decretaram estado de emergência -números da Sudene indicam 178 cidades atingidas.
Na agricultura, as perdas já estão acima de 85% da produção em municípios da região do semi-árido (centro-sul) do Estado.
Alagoas
O governo de Alagoas não tem recursos para ajudar as vítimas da seca no Estado e conta com o auxílio do governo federal, por meio da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), segundo o governador do Estado, Manoel Gomes de Barros (PTB).
"Aguardamos uma resposta do governo federal, pois a situação é grave", afirmou. Alagoas tem, segundo ele, um plano de medidas emergenciais que visa atender a alguns dos municípios mais castigados pela seca.
Dados da Sudene mostram que 50 cidades de Alagoas estão sofrendo com a seca, que atinge quase 490 mil pessoas.
De acordo com o coordenador estadual da Defesa Civil, Erinaldo Soares Cerqueira, o plano visa distribuir 12 mil cestas básicas e enviar 100 carros-pipa à região semi-árida do Estado.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.