São Paulo, terça, 27 de maio de 1997.



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Grávida não quis sair

da Reportagem Local

A refém Zilda Maria Penas, 22, grávida de oito meses, teve a oportunidade de ser libertada junto com suas filhas, mas não quis sair. Ela é mulher do "faxina" Toni Luís Lúcio, 24, acusado de tráfico de drogas.
Zilda, segundo sua sogra, Cristina Lúcio, 43, temia que algo acontecesse ao marido. Ela estava com as duas filhas do casal, Jéssica Renata, 7, deficiente-auditiva, e Caroline Cristina, 3.
"Segundo o líder da rebelião, a Zilda e as crianças estavam sendo a garantia dos presos", disse Cristina. A mãe de Toni recebeu um bilhete do filho, no qual ele pedia um par de chinelos para a mulher, um par de tênis para ele, além de roupas e toalhas para as crianças.
Segundo Cristina, Toni foi preso no domingo de Páscoa e ainda aguarda a sentença do juiz.
Cristina disse que sua nora visitava Toni com as crianças todo domingo. Zilda mora com a sogra em Poá (Grande São Paulo).
A rebelião virou atração em Ferraz de Vasconcelos. De 100 a 200 pessoas ficaram observando o motim em frente à cadeia.
A maioria eram parentes dos presos. Todos tentavam obter informações dos detentos e mandavam bilhetes por funcionários da prefeitura ou da cadeia, que ficaram como intermediários.
Um transeunte não-identificado que passou pelo local disse: "Agora quem não conhece Ferraz, vai conhecer pela televisão". (MO)



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