São Paulo, domingo, 27 de maio de 2001

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PESQUISA

Dupla vai cooperar no desenvolvimento de tratamentos para astronautas e tripulações de submarinos

Dentistas brasileiros irão ajudar a Nasa

DA REPORTAGEM LOCAL

Dois dentistas brasileiros foram convidados pela Nasa, agência espacial norte-americana, e pela Darpa, agência de pesquisa do Departamento de Defesa dos EUA, a auxiliar no desenvolvimento de tratamentos para problemas de saúde de astronautas e tripulações de submarinos.
O professor titular da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia, Antônio Luiz Barbosa Pinheiro, 39, e o pesquisador convidado do centro de laser da universidade, Aldo Brugnera Júnior, 39, viajam nesta semana para Houston, Texas, onde irão discutir com cientistas de outros países terapias com luz que estão em estudo nas agências.
O grupo, que já tinha feito um primeiro encontro em 2000, criou um fórum de discussões para pesquisas em biomedicina e organiza um consórcio de laboratórios de pesquisa -um deles poderá ser implantado no Brasil.
Pinheiro e Brugnera Júnior ficaram conhecidos no exterior por causa de seus trabalhos com laser de baixa potência nas área de regeneração óssea e sensibilidade dental, respectivamente.
"Essas tripulações estão sujeitas aos dois extremos, à falta de gravidade e à pressão exagerada do fundo do mar", afirmou Pinheiro. Nas duas condições, as tripulações estão mais suscetíveis a lesões, em razão do enfraquecimento dos tecidos.
Os problemas demandam, pelas condições dos locais em que os tripulantes se encontram, tratamento rápido, sem cirurgia e com equipamento pequeno -condições ideais para o uso do laser.
Na terapia contra a sensibilidade dental, o laser estimula células que ficam nos nervos dos dentes, os odontoblastos, que produzem uma substância com ação "seladora", ajudando a combater o problema. A estimulação óssea com laser aumenta a proliferação de células chamadas osteoblastos, que formam os ossos, auxiliando a regeneração.
A estimulação por laser também pode prevenir atrofias e outros problemas de saúde.
Em Houston, os dentistas brasileiros ajudarão a comparar as terapias com laser com uma técnica nova de tratamento com luz que está sendo desenvolvida pelas agências. Elas possivelmente precisarão fazer testes comparativos no espaço ou nas profundezas, de acordo com Pinheiro.
Além de benefícios das terapias com luz, o grupo também estuda os problemas que os tratamentos podem trazer. Assim como o laser estimula células saudáveis a regenerar e proteger tecidos, pode ajudar a proliferar células cancerosas e bactérias. (FABIANE LEITE)



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