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PESQUISA
Dupla vai cooperar no desenvolvimento de tratamentos para astronautas e tripulações de submarinos
Dentistas brasileiros irão ajudar a Nasa
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois dentistas brasileiros foram
convidados pela Nasa, agência espacial norte-americana, e pela
Darpa, agência de pesquisa do
Departamento de Defesa dos
EUA, a auxiliar no desenvolvimento de tratamentos para problemas de saúde de astronautas e
tripulações de submarinos.
O professor titular da Faculdade
de Odontologia da Universidade
Federal da Bahia, Antônio Luiz
Barbosa Pinheiro, 39, e o pesquisador convidado do centro de laser da universidade, Aldo Brugnera Júnior, 39, viajam nesta semana para Houston, Texas, onde
irão discutir com cientistas de outros países terapias com luz que
estão em estudo nas agências.
O grupo, que já tinha feito um
primeiro encontro em 2000, criou
um fórum de discussões para pesquisas em biomedicina e organiza
um consórcio de laboratórios de
pesquisa -um deles poderá ser
implantado no Brasil.
Pinheiro e Brugnera Júnior ficaram conhecidos no exterior por
causa de seus trabalhos com laser
de baixa potência nas área de regeneração óssea e sensibilidade
dental, respectivamente.
"Essas tripulações estão sujeitas
aos dois extremos, à falta de gravidade e à pressão exagerada do
fundo do mar", afirmou Pinheiro.
Nas duas condições, as tripulações estão mais suscetíveis a lesões, em razão do enfraquecimento dos tecidos.
Os problemas demandam, pelas
condições dos locais em que os
tripulantes se encontram, tratamento rápido, sem cirurgia e com
equipamento pequeno -condições ideais para o uso do laser.
Na terapia contra a sensibilidade dental, o laser estimula células
que ficam nos nervos dos dentes,
os odontoblastos, que produzem
uma substância com ação "seladora", ajudando a combater o
problema. A estimulação óssea
com laser aumenta a proliferação
de células chamadas osteoblastos,
que formam os ossos, auxiliando
a regeneração.
A estimulação por laser também pode prevenir atrofias e outros problemas de saúde.
Em Houston, os dentistas brasileiros ajudarão a comparar as terapias com laser com uma técnica
nova de tratamento com luz que
está sendo desenvolvida pelas
agências. Elas possivelmente precisarão fazer testes comparativos
no espaço ou nas profundezas, de
acordo com Pinheiro.
Além de benefícios das terapias
com luz, o grupo também estuda
os problemas que os tratamentos
podem trazer. Assim como o laser
estimula células saudáveis a regenerar e proteger tecidos, pode ajudar a proliferar células cancerosas
e bactérias.
(FABIANE LEITE)
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