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SEGURANÇA
Homem foi baleado dentro de casa pela polícia anti-sequestro; Alckmin diz que, "se houve erro", haverá indenização
SP vai "apoiar" família de morto por engano
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
O governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem,
durante uma visita a Campinas
(95 km de SP), que vai providenciar "total apoio" à família do autônomo Jorge José Martins, 56,
morto em uma operação da Deas
(Delegacia Especializada Anti-sequestro) na quarta passada.
"Tudo vai ser apurado com absoluto rigor, rapidamente. Vai ser
verificado se houve algum erro na
ação policial e, se houve, vai ter
punição e a família será indenizada", afirmou Alckmin.
Familiares da vítima protestaram contra o que consideram um
"erro brutal" da polícia, durante o
sorteio de apartamentos da
CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano
do Estado de São Paulo) no estádio Brinco de Ouro da Princesa.
"Tudo o que nós queremos é
justiça. Eles assassinaram meu pai
covardemente e isso não pode ficar assim. De qualquer forma, vamos processar o Estado", disse José Carvalho Martins, um dos sete
filhos do autônomo.
O ouvidor das polícias Civil e
Militar do Estado de São Paulo,
Fermino Fecchio Filho, considerou a ação da polícia "desastrosa",
apesar de o inquérito que apura o
caso ainda não estar concluído.
"Tento falar bem da polícia de
Campinas, mas, infelizmente, não
consigo", disse o ouvidor em entrevista à Folha na última sexta.
Uma equipe formada por 12 policiais da Deas invadiu a casa do
autônomo, no Jardim Bandeira 2,
em Campinas, com mandado de
busca expedido pela Justiça, suspeitando que o local era utilizado
como cativeiro de sequestrados.
Segundo a Deas, o autônomo
teria reagido a tiros e foi baleado.
A polícia informou que ele não tinha antecedentes criminais.
De acordo com o delegado Edson Jorge Aidar, que cuidará do
inquérito que investiga o caso, os
policiais que participaram da
ação dizem que o autônomo estava armado com um revólver calibre 38 com numeração raspada.
A família da vítima reconhece
que o autônomo possuía um revólver calibre 32, mas diz que ele
não portava a arma e não reagiu.
Segundo José Martins, um dos
filhos do autônomo, os policiais,
sem identificação, arrombaram a
porta da casa da família. O pai dele teria sido baleado quando abria
a janela para ver o que estava
ocorrendo. A polícia fez exame
residuográfico nas mãos do autônomo para saber se ele atirou.
Fim de sequestro
O médico perito do Fórum de
Jundiaí Ronald Andrade de Souza, 45, sequestrado no último dia
22, em frente ao shopping da cidade, foi libertado às 6h de ontem,
em Santo Amaro (zona sul de SP).
Houve pagamento de resgate,
de acordo com a polícia. O pedido
inicial para que o médico voltasse
para casa foi de R$ 50 mil, mas o
pagamento final foi de R$ 20 mil,
segundo a Folha apurou.
A família do médico não quer
falar sobre o assunto. O perito
atendeu ao telefone, em casa, no
bairro Jardim Paulista, de classe
alta, em Jundiaí (36 km de São
Paulo), ontem à noite, mas afirmou que não iria falar a respeito
do sequestro -ele disse apenas
que estava bem.
Segundo policiais que trabalharam no caso, os sequestradores
devem ter mantido o cativeiro em
algum ponto da zona sul de São
Paulo, de onde foram feitos os telefonemas para a família com os
pedidos de resgate.
Souza foi dominado por três homens armados quando deixava os
filhos na porta do shopping.
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