São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 2002

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SEGURANÇA

Portaria de unidade em Osasco foi alvo de tiros de fuzis e de pistolas; polícia não conseguiu prender ninguém

Grupo dispara contra presídio e fere mulher

DO AGORA

Um grupo armado abriu fogo contra a portaria do CDP 1 (Centro de Detenção Provisória 1), no quilômetro 20 da rodovia Raposo Tavares, em Osasco (Grande SP), ontem pela manhã. Uma mulher levou um tiro na perna e foi socorrida em um hospital na região.
A polícia trabalha com a hipótese de tentativa de tentativa de fuga, mas também considera a possibilidade de atentado, apesar de nenhum grupo ter assumido a autoria da ação.
Por volta das 7h, centenas de parentes de presos -a maioria mulheres e crianças- faziam fila na portaria, esperando o início da visitação aos detentos, às 8h.
Segundo testemunhas, pelo menos quatro carros passaram lentamente pela estrada de terra em frente à portaria do presídio. Alguns metros depois, os carros pararam e voltaram. "Quando estavam em frente à portaria, começaram a atirar", disse Michele, 20. "Eles não gritaram nada, simplesmente abriram fogo."
Os bandidos -entre seis e oito homens, de acordo com depoimentos de testemunhas- estariam armados com fuzis e pistolas. Não houve revide dos funcionários do presídio.
Depois de alguns minutos de disparos, o bando saiu em disparada. Os parentes dos presos disseram que a polícia levou mais de dez minutos para chegar ao local. Um helicóptero participou das buscas, mas ninguém foi encontrado.
Segundo o boletim de ocorrência registrado no 1º DP de Osasco, pelo menos quatro carros participaram da ação. Um Gol cinza, um Golf claro, um Uno azul e um carro escuro não identificado.
No final da tarde de ontem, a delegada Norimar Vivian Ferreira, 52, disse que considerava a possibilidade de tentativa de resgate de presos ou atentado. "Pode ter sido algum tipo de ameaça", afirmou.
A ação ocorreu um dia depois que dez membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) foram transferidos de São Paulo, em vôo fretado, para o presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes (SP), o único do Estado com bloqueador de celular em operação. A transferência concluiu a operação desencadeada na última quinta-feira para isolar o PCC.
Na portaria do CDP, na tarde de ontem, os parentes que saíam das visitas estavam indignados com o ocorrido. Disseram que não havia vigias na portaria do presídio na hora dos disparos. Um funcionário explicou que havia porteiros, mas eles não andam armados.


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