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São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 2003

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Novas frentes de apuração foram abertas após denúncias; relatório será entregue amanhã ao Ministério Público

PF vai investigar mais sindicatos do setor

PALOMA COTES
DA REPORTAGEM LOCAL

Além de investigar os sindicatos dos motoristas e cobradores de São Paulo e de Guarulhos (Grande São Paulo), a Polícia Federal também está atrás de informações de supostas irregularidades de outras entidades trabalhistas ligadas ao transporte.
A assessoria da PF não deu detalhes sobre as novas frentes de investigação, mas fontes do órgão informam que um dos alvos é o sindicato de cargas de SP, presidido por José Carlos de Sena. As investigações, diz a PF, tem como base denúncias feitas por ex-sindicalistas e pelo disque-denúncia, criado justamente para receber denúncias referentes à área.
Até amanhã, a PF entrega nas mãos do Ministério Público Federal o relatório do inquérito que apura um suposto esquema de propina entre sindicalistas e empresários para a realização de paralisações e greves na cidade. Caso a Justiça aceite a denúncia, ela se transformará em uma ação penal.
O prazo para a entrega do relatório coincide com o fim da prisão temporária de 11 sindicalistas que foram presos no último dia 19 -incluindo aí Edivaldo Santiago, presidente do sindicato de São Paulo. Outros cinco, que se entregaram ao longo da semana passada, continuarão detidos até que vença o prazo da prisão temporária de cada um deles.
O Ministério Público Federal deverá pedir, amanhã, a prisão preventiva de todos os sindicalistas já presos. Mas integrantes da própria PF acreditam que nem todos continuarão detidos.
Na quinta-feira, todos foram indiciados por formação de quadrilha, desobediência a ordem judicial (por não terem mantido parte da frota nas ruas durante as greves), paralisação de trabalho seguida de violência, paralisação de trabalho de interesse coletivo, frustração de direitos trabalhistas e danos ao patrimônio (por supostas depredações de ônibus).
Santiago permanecerá preso por, pelo menos, mais um mês. Na sexta-feira, a Justiça de Guarulhos decretou a prisão temporária dele, por 30 dias, por suposta participação na morte do presidente do sindicato dos condutores de Guarulhos, Maurício Alves Cordeiro, assassinado em 2001.
A PF não soube dizer se Santiago continuará detido na superintendência do órgão, na Lapa (zona oeste), ou se será transferido para um Centro de Detenção Provisória, do Estado.
Os advogados do sindicalista estão analisando o pedido de prisão e pretendem, caso não haja fundamentação, pedir um habeas corpus para seu cliente.


Disque-denúncia: 0/xx/11/3616-5211


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