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São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 2003

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DIREITOS HUMANOS

Governo pedirá ajuda à Abin e à Polícia Federal para investigar se há policiais envolvidos

Grupos de extermínio agem em 14 Estados, afirma secretário

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, afirmou ontem em São Paulo, durante o lançamento do "2º Relatório Nacional sobre os Direitos Humanos no Brasil", que há indícios da ação de grupos de extermínio em 14 Estados.
"Isso está mais disseminado do que nós pensávamos", disse Miranda, ao explicar que pedirá ajuda da Polícia Federal e da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para descobrir se policiais, autoridades e empresas de segurança estão envolvidos.
Pernambuco, Paraíba, Minas Gerais, Goiás, Amazonas, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo estão entre os Estados mencionados pelo secretário no evento.
Em São Paulo, há investigações em andamento em Ribeirão Preto, no interior, e em Guarulhos, na Grande São Paulo, a partir de denúncias de que policiais estariam envolvidos em mortes.
Os dados serão entregues em setembro à ONU (Organização das Nações Unidas), quando da visita da emissária que responde pela área de execuções sumárias.
O relatório foi elaborado pela Comissão Teotônio Vilela de Direitos Humanos e pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP (Universidade de São Paulo).
O documento de 318 páginas reúne relatos dos principais avanços nessa área no país, mais denúncias e casos de repercussão no período de 1999 a 2002. A íntegra está disponível no site do núcleo (www.nev.prp.usp.br).
O Brasil legitimou alguns direitos, mas ainda precisa acertar determinados pontos, afirma o ex-secretário nacional de Direitos Humanos Paulo Sérgio Pinheiro, pesquisador do NEV. ""O aparelho policial no país é tomado pela corrupção", afirma.
No capítulo sobre São Paulo, a atuação do Gradi (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância) abre o trecho sobre a violência policial. O caso revelado pela Folha em julho do ano passado envolve policiais militares de uma unidade subordinada diretamente ao gabinete do secretário da Segurança Pública e que recrutava presos ilegalmente para infiltrá-los em quadrilhas.


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