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DIREITOS HUMANOS
Governo pedirá ajuda à Abin e à Polícia Federal para investigar se há policiais envolvidos
Grupos de extermínio agem em 14 Estados, afirma secretário
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda,
afirmou ontem em São Paulo, durante o lançamento do "2º Relatório Nacional sobre os Direitos
Humanos no Brasil", que há indícios da ação de grupos de extermínio em 14 Estados.
"Isso está mais disseminado do
que nós pensávamos", disse Miranda, ao explicar que pedirá ajuda da Polícia Federal e da Abin
(Agência Brasileira de Inteligência) para descobrir se policiais,
autoridades e empresas de segurança estão envolvidos.
Pernambuco, Paraíba, Minas
Gerais, Goiás, Amazonas, Espírito
Santo, Rio de Janeiro e São Paulo
estão entre os Estados mencionados pelo secretário no evento.
Em São Paulo, há investigações
em andamento em Ribeirão Preto, no interior, e em Guarulhos,
na Grande São Paulo, a partir de
denúncias de que policiais estariam envolvidos em mortes.
Os dados serão entregues em setembro à ONU (Organização das
Nações Unidas), quando da visita
da emissária que responde pela
área de execuções sumárias.
O relatório foi elaborado pela
Comissão Teotônio Vilela de Direitos Humanos e pelo Núcleo de
Estudos da Violência da USP
(Universidade de São Paulo).
O documento de 318 páginas
reúne relatos dos principais avanços nessa área no país, mais denúncias e casos de repercussão no
período de 1999 a 2002. A íntegra
está disponível no site do núcleo
(www.nev.prp.usp.br).
O Brasil legitimou alguns direitos, mas ainda precisa acertar determinados pontos, afirma o ex-secretário nacional de Direitos
Humanos Paulo Sérgio Pinheiro,
pesquisador do NEV. ""O aparelho policial no país é tomado pela
corrupção", afirma.
No capítulo sobre São Paulo, a
atuação do Gradi (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de
Intolerância) abre o trecho sobre
a violência policial. O caso revelado pela Folha em julho do ano
passado envolve policiais militares de uma unidade subordinada
diretamente ao gabinete do secretário da Segurança Pública e que
recrutava presos ilegalmente para
infiltrá-los em quadrilhas.
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