UOL


São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VIOLÊNCIA

O bimotor estava no aeroclube de Vila Velha; não há informações da aeronave nem dos que participaram da ação

Quadrilha rouba avião no Espírito Santo

RÔMULO NEVES
DA AGÊNCIA FOLHA

Um avião bimotor foi roubado do aeroclube de Vila Velha (ES) na madrugada de ontem. O vigia do hangar onde o aparelho estava foi rendido à 0h por um grupo de aproximadamente 20 homens fortemente armados.
Segundo o delegado José Darcy Arruda, da Delegacia de Roubo a Banco e Segurança do Patrimônio, o alvo dos ladrões estava previamente definido, pois a aeronave escolhida "era a de melhor qualidade do aeroclube", um Seneca-3, prefixo PT-VOO, avaliado em cerca de US$ 200 mil. O grupo tinha as coordenadas da localização do avião e foi direto ao local onde o aparelho estava.
A aeronave roubada pertencia ao empresário Jorge Donatti, que está preso acusado de ser o mandante do assassinato da mulher e da empregada. Esse crime aconteceu em 15 de janeiro. As duas foram queimadas.
De acordo com o delegado, os assaltantes do avião estavam camuflados e, pelo tipo de invasão e da fuga, tinham treinamento especializado para a ação.
Os ladrões empurraram outras aeronaves que estavam estacionadas na frente do avião para poder tirá-lo do hangar e colocá-lo na pista para decolagem. O Seneca-3 teria levantado vôo às 3h30.
O modelo tem capacidade para seis pessoas (com o piloto). O resto do grupo fugiu nos mesmos veículos em que chegou.
Foram levados também galões com 144 litros de combustível. A aeronave tem autonomia de quatro horas e 30 minutos e pode voar cerca de 1.300 km com o tanque cheio. Com combustível extra, essa distância vai a 1.600 km. O avião poderia chegar a Maceió, Goiânia ou Florianópolis.
Segundo o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, para a aeronave driblar o controle do tráfego aéreo, teria que voar a baixas altitudes. Isso aumentaria muito o consumo e impossibilitaria o avião de ir longe.
Há regiões no centro do país onde não há controle dos vôos por radar. Além disso, esse rastreamento pode ser dificultado pelo relevo da área. Se o vôo for realizado num vale, não há como os radares detectarem a aeronave. A decolagem não pôde ser rastreada, porque foi realizada no aeroclube de Vila Velha, onde não há torres de controle.
Ainda não havia informações, até o fechamento desta edição, sobre o paradeiro do avião e a autoria do crime. A polícia disse acreditar que, para evitar a detecção, a aeronave tenha voado próximo à linha da água no litoral.


Texto Anterior: Preso suspeito de liderar grupo que agrediu juiz
Próximo Texto: Ceará: Estado confirma 133 casos de dengue hemorrágica em 2003
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.