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VIOLÊNCIA
O bimotor estava no aeroclube de Vila Velha; não há informações da aeronave nem dos que participaram da ação
Quadrilha rouba avião no Espírito Santo
RÔMULO NEVES
DA AGÊNCIA FOLHA
Um avião bimotor foi roubado
do aeroclube de Vila Velha (ES)
na madrugada de ontem. O vigia
do hangar onde o aparelho estava
foi rendido à 0h por um grupo de
aproximadamente 20 homens
fortemente armados.
Segundo o delegado José Darcy
Arruda, da Delegacia de Roubo a
Banco e Segurança do Patrimônio, o alvo dos ladrões estava previamente definido, pois a aeronave escolhida "era a de melhor
qualidade do aeroclube", um Seneca-3, prefixo PT-VOO, avaliado
em cerca de US$ 200 mil. O grupo
tinha as coordenadas da localização do avião e foi direto ao local
onde o aparelho estava.
A aeronave roubada pertencia
ao empresário Jorge Donatti, que
está preso acusado de ser o mandante do assassinato da mulher e
da empregada. Esse crime aconteceu em 15 de janeiro. As duas foram queimadas.
De acordo com o delegado, os
assaltantes do avião estavam camuflados e, pelo tipo de invasão e
da fuga, tinham treinamento especializado para a ação.
Os ladrões empurraram outras
aeronaves que estavam estacionadas na frente do avião para poder
tirá-lo do hangar e colocá-lo na
pista para decolagem. O Seneca-3
teria levantado vôo às 3h30.
O modelo tem capacidade para
seis pessoas (com o piloto). O resto do grupo fugiu nos mesmos
veículos em que chegou.
Foram levados também galões
com 144 litros de combustível. A
aeronave tem autonomia de quatro horas e 30 minutos e pode
voar cerca de 1.300 km com o tanque cheio. Com combustível extra, essa distância vai a 1.600 km.
O avião poderia chegar a Maceió,
Goiânia ou Florianópolis.
Segundo o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, para
a aeronave driblar o controle do
tráfego aéreo, teria que voar a baixas altitudes. Isso aumentaria
muito o consumo e impossibilitaria o avião de ir longe.
Há regiões no centro do país onde não há controle dos vôos por
radar. Além disso, esse rastreamento pode ser dificultado pelo
relevo da área. Se o vôo for realizado num vale, não há como os
radares detectarem a aeronave. A
decolagem não pôde ser rastreada, porque foi realizada no aeroclube de Vila Velha, onde não há
torres de controle.
Ainda não havia informações,
até o fechamento desta edição, sobre o paradeiro do avião e a autoria do crime. A polícia disse acreditar que, para evitar a detecção, a
aeronave tenha voado próximo à
linha da água no litoral.
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