São Paulo, quinta-feira, 27 de maio de 2004

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INDONÉSIA

Perdão depende da presidente

Só indulto pode livrar brasileiro da morte

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA SUCURSAL DO RIO

Apenas o indulto da presidente da Indonésia, Megawati Sukarnoputri, pode livrar o instrutor de vôo livre carioca Marco Archer Cardoso Moreira, 42, da pena de morte, informou a embaixada do país asiático em Brasília.
Moreira está preso desde agosto de 2003 sob a acusação de tráfico de drogas. Promotores de Jacarta, capital do país, pediram a pena de morte e o pagamento de multa de US$ 33,3 mil. O julgamento está marcado para o dia 8 de junho.
Moreira foi preso em 16 de agosto em Banyuaji, na ilha de Sumbawa (leste do país), após ficar 16 dias foragido. Ao desembarcar no aeroporto de Jacarta o esportista havia sido abordado por policiais, mas conseguiu escapar misturando-se a outros passageiros. A polícia encontrou 13,4 kg de cocaína divididos em 19 sacos na capa de seu equipamento.
A Embaixada da Indonésia em Brasília negou, como chegou a ser divulgado pela imprensa, que Moreira, caso seja condenado à morte, venha a ter a cabeça esmagada por um elefante. O condenado é executado com tiros de fuzil.
A pena de morte para o crime de tráfico é prevista na Constituição indonésia. A decisão de aplicação a Moreira depende agora da Corte Suprema. Pela legislação daquele país, uma pena alternativa pode ser aplicada a quem for pego com até 10 kg de drogas.
Na última sexta-feira, a mãe de Moreira, a funcionária pública Carolina Archer Pinto, 65, viajou para a Indonésia para acompanhar a audiência de defesa de seu filho. Moreira é atendido por um defensor público, mas a Embaixada do Brasil em Jacarta também acompanha o caso.
Antes de embarcar, a mãe do esportista entrou em contato com diplomatas indonésios em Brasília e pediu que eles interviessem no caso. Foi-lhe dito que só um pedido de clemência à presidente reverteria a condenação. A Embaixada da Indonésia em Brasília disse desconhecer indultos anteriores da Presidência. O Brasil, segundo o Itamaraty, não tem acordo de extradição com o país.
A presidente Megawati Sukarnoputri, 57, é filha do primeiro presidente da Indonésia, Sukarno, destituído em 1965 pelo general Suharto, que governou até 98. Ela está no poder desde 2001.


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